MyCareforce chega ao Brasil para ser o GetNinjas da enfermagem

Plataforma de gestão de equipe para plantões médicos vem de Portugal com cheque de R$ 6,5 milhões no bolso.

João Hugo Silva e Pedro Cruz Morais, fundadores da MyCareforce: Plataforma quer conectar profissionais da saúde a hospitais — Foto: Divulgação

A healthtech portuguesa MyCareforce, uma plataforma que busca facilitar a contratação de enfermeiros por hospitais e clínicas, está desembarcando no Brasil. Trata-se do primeiro movimento de expansão internacional da companhia, que foi fundada há dois anos e acabou de receber um aporte equivalente a R$ 6,5 milhões junto a fundos de venture capital e investidores-anjo.

A expectativa dos fundadores João Hugo Silva e Pedro Cruz Morais, que dividem o cargo de CEO, é que o Brasil vá além de ser apenas mais um mercado, mas, sim, o principal. A dupla estima que, em cinco anos, a operação brasileira deve representar 80% da receita.

A empreitada no Brasil será um grande teste para a solução da companhia. Por ter cerca de 2,6 milhões de profissionais de enfermagem e mais de 6 mil hospitais, o país consegue oferecer à MyCareforce uma escala cerca de cinco vezes maior que a de Portugal.

“Em todo o mundo, vimos os hospitais tendo dificuldade para montar equipes com a agilidade necessária durante a pandemia”, conta João Hugo Silva. “Depois de visitar o Brasil, percebi que aqui existia também uma necessidade enorme.”

O interesse dos fundos se explica, em parte, pelo tamanho (e pelos problemas) dos novos mercados que a plataforma planeja explorar: a OMS prevê que a escassez de profissionais da saúde deve não só permanecer, como se agravar, nos próximos anos em países emergentes.

Para ajudar a atacar esse problema, a MyCareforece atua como um GetNinjas da enfermagem, no qual há uma oferta de profissionais da categoria disponíveis para trabalhos avulsos em cada região. A diferença é que os contratantes não são pessoas físicas, mas, sim, hospitais ou clínicas, que frequentemente precisam achar enfermeiros para compor plantões.

“Na Mycareforce, nossa proposta de valor é basicamente facilitar e agilizar a gestão para hospitais, com redução de custo e melhoria da eficiência, enquanto, da parte dos profissionais, conferir mais autonomia para determinar o horário de trabalho”, diz Silva. Até então, hospitais e clínicas precisavam recorrer a plataformas tradicionais de RH, como o Vagas.com, explica o empreendedor.

A MyCareforce fica com uma comissão do que os contratantes pagam pela plataforma. Nesse sistema, já foram transacionados mais de 2 milhões de euros desde a fundação.

Outro diferencial da plataforma, afirma o co-CEO, é garantir a estabilidade financeira para as duas pontas do negócio. Em vez de o funcionário ter de esperar semanas para receber pelos serviços prestados em plantões, a startup realiza o pagamento das equipes em até três dias. Ao mesmo tempo, as instituições não precisam bagunçar a folha de pagamento.

Esta não é a primeira jornada empreendedora dos jovens fundadores. Silva, de apenas 26 anos, criou a Lost Doc, uma plataforma de achados e perdidos, em 2019 e, anos depois, foi o responsável pela expansão da Too Good To Go, que evita o desperdício de alimentos. Em saúde, teve experiência como associado na ONG The Health Cluster Portugal. Já Morais, teve uma marca de roupas e um selo de eventos musicais com relativo sucesso em Lisboa. Os dois se conheceram fazendo residência na incubadora espanhola Demium, que acaba de entrar para o cap table.

FONTE:

https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/mycareforce-chega-ao-brasil-para-ser-o-getninjas-da-enfermagem.ghtml