Momento ‘game changer’: como o Rio quer se tornar o novo polo de inovação do país

Em jantar na capital fluminense, founders e executivos se reuniram para discutir iniciativas na área; WebSummit é aposta para alavancar ecossistema de inovação da cidade

 

Porto Maravilha, na região portuária do Rio de Janeiro, concentra empresas de tecnologia, além de espaços de lazer e o Museu do Amanhã (foto) (Foto: Getty Images)

Posicionar o Rio de Janeiro como o próximo polo de inovação do país é a aposta da aceleradora Fábrica de Startups, que reuniu founders, executivos e parceiros em jantar realizado em parceria com a unicórnio Clara, nesta quinta-feira (2), na capital fluminense. “Há quatro anos, a gente nasceu escolhendo o Porto Maravilha para criar um distrito de inovação, isto é, um ambiente com densidade de empresas de tecnologia. Cada vez mais, o mundo vai olhar o Rio de Janeiro e o Brasil como uma potência em inovação”, afirmou Hector Gusmão, presidente e co-fundador da Fábrica.

Hoje, o Rio de Janeiro fica atrás de São Paulo e Curitiba no ranking de cidades brasileiras com ecossistema de inovação mais fortalecido, segundo levantamento global divulgado nesta semana pelo StartupBlink. Mas existe um clima de otimismo desde que o WebSummit confirmou a realização do festival na cidade, em maio do próximo ano. A expectativa é de que o impacto seja semelhante ao de eventos já tradicionais do calendário carioca, como o Rock in Rio e o Carnaval.

Para Gusmão, que participou dos cinco meses de negociações para levar o WebSummit ao RIo de Janeiro, é hora de aproveitar a visibilidade que a cidade deve ganhar. “Estamos em um momento game changer total. O objetivo do nosso encontro hoje é provocar, pensar como nós, stakeholders desse ambiente de inovação, vamos criar iniciativas para aproveitar essa janela de oportunidades”, disse, durante o evento.

Altas expectativas

Uma das apostas é de que o WebSummit possa ajudar a desenvolver não só o setor de tecnologia, mas outros segmentos muito fortes no município, como é o caso de Óleo e Gás. “Levando em conta o peso do setor na economia, todas as questões sobre sustentabilidade, e que as empresas têm tentando transformar suas operações pensando nas energias renováveis, temos visto muitas parcerias de startups disruptivas que trazem outros tipos de produtos e serviços para essas companhias”, disse Artur Pereira, Country Manager do Web Summit em Portugal, que participou por videoconferência.

Pereira ainda destacou e-commerce, educação, franchising, criptomoedas, Web 3.0 e cybersegurança como segmentos que devem se beneficiar dessa cadeia de inovação no Brasil, e destacou que as fintechs continuarão a ter espaço relevante. “Ainda há muito a se fazer em termos de fintechs, porque os bancos continuam sendo muito tradicionais”, disse.

Também presente no evento, Rodrigo Stallone, presidente da Invest.Rio, agência de promoção e atração de investimentos da prefeitura do Rio de Janeiro, compartilhou números que revelam a expectativa sobre o WebSummit. A projeção é de que o evento gere R$ 2 bilhões por ano. Em relação ao público, espera-se 15 mil pessoas no primeiro ano, o que deve crescer ao longo dos seis anos em que o evento será realizado na cidade. Cerca de 20% a 25% do público deve vir de fora do Brasil nas primeiras edições, com projeção de chegar a 40% no sexto ano.

“É um evento que vai ajudar a mudar a perspectiva internacional sobre o Brasil em diversos aspectos, até mesmo na opinião pública”, completou Artur Pereira em sua fala.

M&A nos planos da Clara

Também presente no evento, o country manager da Clara no Brasil, Layon Costa, deu pistas sobre os planos de expansão da empresa. Há pouco mais de seis meses com operações no país, a plataforma de gestão de cartões de crédito corporativos já tem cerca de 80 funcionários. “Não tem mercado melhor para quem quer escalar na América Latina do que o Brasil”, afirmou Costa, ponderando que existem algumas barreiras, como a burocracia.

Sem dar detalhes, Costa disse que a Clara estuda sua estratégia de M&A no país, e que deve fazer um anúncio ainda em 2022. “Antes, porém, temos que definir bem o caminho que queremos seguir. A gente não quer ser um banco. Mas estamos ouvindo os clientes, queremos saber qual a próxima dor, para saber como podemos oferecer soluções”, afirmou o executivo.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2022/06/momento-game-changer-como-o-rio-quer-se-tornar-o-novo-polo-de-inovacao-do-pais.html