Missão COVID oferece consultas gratuitas e online para suspeita de coronavírus

A telemedicina foi regulamentada no Brasil no dia 23 de março, como uma medida emergencial no combate ao novo coronavírus. A iniciativa permite que, através da tecnologia, médicos e pacientes realizem consultas remotamente.

Um mês depois, os médicos Leandro Rubio e Rafael Brandão se juntaram aos especialistas em tecnologia Cristiano Kanashiro (da consultoria GO.K) e Carlos Franchi Junior para criar a Missão COVID. A plataforma gratuita e sem fins lucrativos oferece consultas online para pacientes com suspeita do novo coronavírus.

Ao entrar no site, o paciente encontra informações diversas sobre o COVID-19, como suas formas de contágio e como se proteger corretamente do vírus. Caso necessite de atendimento, ele se cadastra e passa por uma triagem. Após a triagem, recebe uma ligação de vídeo do médico via WhatsApp para a realização da consulta.

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A forma de contato escolhida foi o WhatsApp devido a acessibilidade e alta penetração do aplicativo nos smartphones da população brasileira. Atualmente, a companhia possui mais de mil médicos cadastrados e 40 mil pacientes atendidos. A capacidade diária de atendimentos da Missão COVID é de 800 pacientes por dia, embora a demanda seja de cerca de 4 mil consultas diárias.

“Nosso diferencial foi fazer sem pensar muito no ‘como’. Hoje, estamos com uma grande necessidade de médico para atendimentos. Os nossos únicos requisitos são ter o CRM ativo e ter o coração solidário”, disse Rubio, médico cardiologista, em entrevista à StartSe. Médicos que desejam participar da iniciativa podem se inscrever aqui.

Atendimento resolutivo

A preocupação com o novo coronavírus tem aumentado. “Há um mês, 52% dos nossos pacientes tinham diagnóstico suspeito para COVID-19. Hoje, este número é de quase 60%. Cerca de 15% desses atendimentos nós orientamos ir para o hospital, pois são casos mais graves”, explicou o fundador da Missão COVID.

No entanto, não são raros os relatos de pacientes que chegam nos hospitais e retornam para casa devido à lotação. Embora a telemedicina auxilie a desafogar o sistema de saúde, ela não substitui o atendimento presencial em casos mais complexos. “Temos recebido o maior fluxo de pacientes nos últimos dias do Amazonas, Rio de Janeiro e Pará. No entanto, faltam informações se é devido a popularização da solução nesses locais ou pela necessidade em si”, disse o médico.

Na prática, a Missão COVID atende pacientes como um pronto-socorro online, em que os médicos disponíveis atendem quem necessita naquele momento. O tempo médio de espera é de 3 horas por consulta. “O nosso atendimento é muito resolutivo, por isso não realizamos acompanhamento, prescrevemos receitas ou fazemos atestado”, afirmou Leandro Rubio.

Próximos passos

Para o futuro, a expectativa é que a Missão COVID se torne um player renomado de telemedicina no Brasil. O site já está pronto para virar aplicativo, diminuindo barreiras para chegar até os brasileiros. Além disso, através de parcerias com outras empresas, a startup planeja disponibilizar prescrições médicas e se tornar uma plataforma ainda mais robusta.

Para os fundadores, Leandro Rubio e Rafael Brandão, um objetivo é de continuar empreendendo no mercado da saúde mesmo depois da crise. A vontade de criar uma solução para impactar no setor existia há algum tempo e foi acelerada após Rubio participar da Missão Vale do Silício, na qual conheceu o mercado no ecossistema mais inovador do mundo. Após retornar para o Brasil, o médico cardiologista enxergou na crise uma oportunidade para colocar seus planos em prática. “É raro encontrarmos médicos liderando healthtechs e isso traz um grande impacto. O líder acaba se tornando um exemplo palpável e o engajamento de um médico com outros médicos faz toda a diferença”, disse o empreendedor.

A telemedicina é uma das ferramentas que estão contribuindo para a retomada de saúde e econômica durante e após a crise do novo coronavírus. Veja como sua empresa pode se preparar para o ponto de virada.

FONTE: startse.com