Militares americanos construíram secretamente um ‘cérebro artificial’

O projeto Sentient é um sistema de inteligência totalmente integrado que pode coordenar desde posições dos satélites até a movimentação de tropas no campo de batalha.

Desde 2010, as agências de inteligência norte-americanas vêm desenvolvendo um sistema secreto com um ‘cérebro artificial‘ que eles nomearam – seriamente – como ‘Sentient’ (Consciente).

Novos documentos confidenciais divulgados em primeira mão pelo The Verge descrevem o programa Sentient do National Reconnaissance Office (NRO) como um sistema de inteligência totalmente integrado que pode coordenar as posições dos satélites e poderia em breve ser usado para gerenciar as operações do campo de batalha durante engajamentos militares.

‘Prática padrão do NRO e da Comunidade de Inteligência é não divulgar fontes e métodos sensíveis, já que tal divulgação apresenta alto risco de que nações rivais elaborem contramedidas” disse Karen Furgerson, vice-diretor de assuntos públicos do programa. “Essa perda prejudica nossa nação e seus aliados; diminui a vantagem de informação dos EUA e a segurança nacional. Por essas razões, os detalhes sobre o Sentient permanecem confidenciais e o que podemos dizer sobre isso é limitado’.

Os documentos liberados não dizem explicitamente em quais tipos de fontes de dados o Sentient pode operar, mas fica claro que o programa está interessado em todos os tipos de informações. “Poderia incluir interceptação eletrônica de comunicações internacionais; pode incluir imagens anteriores; poderia incluir fontes humanas”, diz Steven Aftergood, pesquisador da Federação de Cientistas Americanos e diretor do Projeto sobre Segredo do Governo.

O NRO não forneceu uma resposta específica sobre o papel dos dados comerciais no Sentient. Mas os limites, diz Aftergood, ainda devem existir em dados pagos. ‘O que eles fazem com isso deve de alguma forma ser orientado para a missão’.

Em última análise, esse sigilo significa que o Sentient poderia ser implantado sem que as pessoas soubessem, e os algoritmos, com todos os seus vieses embutidos, poderiam estar direcionando conflitos militares em um futuro próximo.

FONTE: OLHAR DIGITAL