Microempreendedor cria máquina que ajuda pacientes a controlar remédios

Uma experiência familiar levou Rafael Torres a se registrar como MEI e criar o equipamento, que estoca medicamentos e emite alertas

Para idosos ou pacientes com doenças crônicas, organizar a tomada de diferentes medicamentos ao longo do dia é uma tarefa ingrata. Qualquer erro pode ser desastroso — repetir remédios ou esquecer de tomá-los pode comprometer o tratamento e causar efeitos colaterais indesejáveis. Rafael Torres, 36 anos, experimentou o problema ao ajudar o pai a tomar seus medicamentos para a doença de Parkinson. “Entendi o quanto as famílias sofriam com isso, e percebi que a dificuldade poderia se tornar um negócio”, diz Torres, que na época cursava design de produto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Seu trabalho de conclusão de curso, em 2017, foi o protótipo de um dispensador eletrônico para servir doses programadas de comprimidos. O equipamento usa luzes e som para alertar o paciente, e controla com precisão o estoque a ser inserido nos compartimentos. “Todos os equipamentos que haviam no Brasil eram importados e caros. Criei uma solução com tecnologia brasileira”, diz Torres.

No ano seguinte, foi selecionado para participar do programa Conexão Saúde, do Sebrae. Foi lá que conheceu duas empresas que se tornariam suas parceiras: a Victum Eletroeletrônica, responsável pelo hardware, e a Toth Tecnologia, que responde pelo software. Juntas, pretendem finalizar a fabricação de dez unidades para apresentar a investidores.

“O modelo inicial custava R$ 1,5 mil, o que consideramos muito caro. Estamos trabalhando em um produto minimamente viável que custe apenas R$ 500.” Torres acredita que ele só ficará pronto em 2020 — mas a busca por investidores já começou.

Desde 2016, ele tem o registro de MEI (microempreendedor individual). “Ter um CNPJ é fundamental para apresentar seu produto ao mercado. Traz profissionalismo para as conversas”, diz. No final do ano, pretende mudar o status do negócio para microempresa, com o nome de Linds, e chamar a diretora de criação Rafaela Giozza, 24 anos, para ser sua sócia. “Vou criar condições para crescermos no próximo ano.”

O modelo de negócio já está definido: a empresa vai comercializar o design de seus equipamentos com startups. “O ecossistema de Porto Alegre é muito forte. Queremos nos associar a essas startups, para que elas coloquem nossos produtos no mercado.”

FONTE: PEGN