Mexicana Clara, fintech que quer acabar com a papelada nos reembolsos, levanta mais US$ 60 milhões

Com mais de dois anos de operações nos principais mercados da América Latina, incluindo Brasil, México e Colômbia, a Clara já obteve 160 milhões de dólares.

Diego García e Gerry Giacomán Colyer, sócios da Clara: cerca de 10.000 empresas na América Latina utilizam os produtos da Clara na América Latina (Divulgação/Divulgação)

A mexicana Clara, uma plataforma para gestão de gastos corporativos, anuncia nesta quarta-feira (26) um novo aporte de 60 milhões de dólares — algo como 322 milhões de reais.

Os recursos serão utilizados para expandir a operação da startup na América Latina, em especial no mercado brasileiro. A Clara chegou ao Brasil em 2021 e hoje o país responsável por um terço das receitas da companhia. Até o fim do ano a fatia deve chegar a mais de 50%.

“É onde estão os nossos clientes de maior porte e é o mercado mais promissor para a companhia”, diz o CEO Gerry Giacomán Colyer.

A rodada é liderada pelo fundo GGV Capital, de Singapura, especializado em negócios de tecnologia da Ásia focados em inteligência artificial, um dos temas mais quentes de 2023.

Além do aporte de recursos, Hans Tung, sócio-diretor da GGV, juntou-se ao Conselho de Administração da empresa. Tung foi um dos primeiros investidores-anjo a apostar na Clara, negócio fundado em 2020 na Cidade do México na tentativa de colocar alguma automação aos processos de reembolso de despesas corporativas — uma das principais dores de cabeça de gestores e financeiros em empresas mundo afora.

O que faz a Clara

Fundada pelos ex-funcionários da empresa de mobilidade urbana Grow (das marcas Grin e Yellow) Diego García e Gerry Giacomán Colyer, a Clara vende assinaturas a um serviço que mistura aplicativo e cartão de crédito corporativo. Por meio do app, empresas podem controlar gastos autorizados a seus funcionários e emitir cartões físicos a quem está chegando ao time ou mudar o limite de acordo com as necessidades.

A Clara também está fortalecendo seu time de líderes com novas contratações de executivos para as áreas de engenharia, produto e risco.

“A GGV Capital é um dos maiores investidores de risco do mundo, com um mindset verdadeiramente global. Hans em particular tem sido um aliado de algumas das maiores histórias de sucesso da nossa geração”, diz Giacomán Colyer. “Aproveitamos a oportunidade para recebê-lo em nosso conselho.”

O que será feito com o recurso captado

Os 60 milhões de dólares captados agora servirão, em boa medida, para ampliar o time de funcionários da Clara — sobretudo no Brasil. A empresa recentemente anunciou a contratação de Raquel Hernández, ex-gerente de engenharia da Meta, nomeada VP de Engenharia, além de Eduardo Moore, anteriormente na Bitso e Nubank, e agora diretor de produto da Clara Brasil.

Alberto Ramos e Nicolas Caccaviello foram nomeados diretor de operações e receita e diretor de fraude e aceitação, respectivamente. Tina Reich, ex-chefe de crédito da American Express, se junta como observadora do conselho e consultora de risco.

Além disso, os recursos deverão ampliar os investimentos em novas funcionalidades. Mirando o mercado brasileiro, empresa vem testando transferências de recursos via boleto bancário e Pix.

Em outra frente, nos próximos meses a empresa deve colocar no ar um robô virtual para automação de algumas tarefas ainda feitas manualmente dentro do app, bem como prever cenários para os gastos dos clientes, diz Colyer. “Esse é um dos tópicos que mais me animam ultimamente”, diz ele. “Há muita oportunidade para facilitar o dia a dia dos times financeiros nas empresas.”

Hoje, cerca de 10.000 empresas na América Latina utilizam os produtos da Clara para simplificar e automatizar suas operações diárias, economizando cerca de 423 dias de trabalho dos times de finanças, nas contas da Clara, por meio de uma plataforma de gestão de gastos inovadora que fornece relatórios em tempo real para melhorar as tomadas de decisão.

Quais fundos participaram da rodada

Com mais de dois anos de operações nos principais mercados da América Latina, incluindo Brasil, México e Colômbia, a Clara já obteve 160 milhões de dólares em aportes e reportou mais de 5 milhões de transações com seus cartões de crédito equivalentes a 1 bilhão de reais.

“A equipe da Clara é uma das mais fortes que já vimos”, disse Hans Tung, sócio-diretor da GGV Capital. “Em resumo, eles construíram uma empresa líder na América Latina e as oportunidades à frente são inúmeras. Esperamos apoiar Gerry e sua equipe na missão de se tornar uma das empresas de maior impacto na região”.

Também participaram da rodada outros novos associados, incluindo:

  • Acrew Capital
  • Citius
  • Citi Ventures
  • Endeavor Catalyst
  • Ethos
  • Commerce Ventures
  • Goanna Capital
  • Bayhouse Capital
  • Fluent Ventures
  • LAGO Innovation Fund

A rodada contou também com a participação dos atuais investidores da Clara, como:

  • Monashees
  • Coatue
  • Picus Capital
  • DST Global Partners
  • Alter Global
  • General Catalyst
  • e mais de uma dúzia de investidores anjos.

FONTE: https://exame.com/negocios/fintech-mexicana-clara-de-automacao-a-reembolsos-corporativos-levanta-mais-us-60-milhoes/