Metaverso na indústria química: empresa adota blockchain e lança 1ª fábrica virtual de poliuretano

Empresa do grupo MCassab inova utilizando o metaverso para aplicações da indústria química como treinamentos, testes e o atendimento ao cliente de forma virtual e imersiva

Metaverso pode quadruplicar produção da empresa (Yagi Studio/Getty Images)

Apesar de relativamente antigo, o conceito de metaverso ganhou o mundo em 2021, após o Facebook anunciar a sua mudança de nome para Meta e o foco total na tecnologia. Desde então, a concepção geral é de que o metaverso pode se tornar o lugar onde pessoas se encontrarão no futuro para socializar, fazer reuniões de trabalho ou comparecer a eventos. No entanto, a indústria já demonstrou que o universo virtual pode ir muito além.

Durante a Feiplar Composites & Feipur 2022, a maior feira de plásticos de alto desempenho da América Latina, a MCassab apresentou a primeira fábrica de poliuretano do metaverso. Clientes e visitantes puderam visitar as estruturas da nova planta e complexo logístico, recentemente inaugurados em Jarinu (SP), utilizando avatares e óculos de realidade virtual. A expectativa é que a iniciativa quadruplique a capacidade de produção da empresa.

Com o poliuretano, ou “PU”, é possível fabricar os mais variados tipos de itens e atuar em muitos mercados. Atualmente, existem colchões, travesseiros, calçados, pranchas de surf e peças de bicicleta feitas com o material, por exemplo. Além disso, ele pode ser um substituto da madeira e do metal em determinadas situações.

Agora, o setor pode se beneficiar da tecnologia blockchain para facilitar treinamentos, testes e o atendimento ao cliente de forma remota, necessidade que surgiu com a pandemia de coronavírus.

“Poderemos trabalhar online com apresentação dos nossos produtos e realizar testes com clientes de forma remota. Estimamos que junto com demais investimentos em fábrica, laboratórios, aumento do quadro de colaboradores e capacitação dos mesmos cresçamos em 30% o volume de negócios, com uma média de faturamento acima de 2 milhões de dólares”, afirma Alysson Padovani, head da SMARTPUR®, marca especialista em tecnologias de poliuretanos do grupo MCassab.

De acordo com Padovani, a empresa quer se tornar a primeira da indústria química de poliuretanos no metaverso e enxerga um grande potencial na tecnologia.

“Nossos investimentos são para ser a primeira empresa da indústria química de poliuretanos no metaverso. É a primeira etapa de uma série de otimizações que estão por vir para acelerar nosso crescimento. O motivo da implementação do metaverso em nossa fábrica se dá em um momento de muitas mudanças positivas quanto à estrutura do negócio, e esta tecnologia ajudará a ampliar nosso crescimento e otimizar nossos processos”, afirmou, em entrevista à EXAME.

Alguns dos benefícios citados por Padovani seriam a redução nos custos de operações e a oportunidade de oferecer uma tecnologia disruptiva ao cliente, que poderá escolher seus produtos de forma imersiva.

“No laboratório, é possível fazer, por exemplo, a formulação de um travesseiro – um dos produtos que utiliza a nossa matéria prima, o poliuretano. O cliente escolhe a quantidade, o tipo de material a ser utilizado no teste piloto e simula a reação química. Outra facilidade que o metaverso traz é o manuseio de máquinas que, presencialmente, não seria possível”, contou.

No laboratório, o metaverso também pode ser útil na fase de testes de um produto. No ambiente virtual, é possível realizar quantos testes for necessário, sem o gasto de matéria-prima.

“Além disso, durante o procedimento de testes, desenvolvemos aplicações com base em padrões matemáticos pré-definidos para simular o que pode dar certo e errado nos testes e na fabricação dos produtos. Caso o procedimento haja alguma falha, é possível refazer quantas vezes forem necessárias. No treinamento presencial, isso não é possível”, disse Alysson Padovani.

Como um diferencial na experiência de seus clientes, a SMARTPUR® pretende oferecer NFTs exclusivos. ”Se o passo a passo do treinamento for executado corretamente no processo de simulação e fabricação, o produto pode virar um brinde para o cliente que participou da capacitação. Para isso, basta fazer o cadastro na plataforma e a pessoa ganha o NFT”.

FONTE: https://exame.com/future-of-money/metaverso-na-industria-quimica-empresa-adota-blockchain-e-lanca-1a-fabrica-virtual-de-poliuretano/