Meta anuncia avatares 3D no Brasil e investimentos em startups early stage

Em evento que reuniu quatro executivos da empresa, a Meta reforçou sua aposta no metaverso e explicou como pretende garantir diversidade no mundo virtual

A Vice-Presidente Regional para América Latina, Maren Lau, apareceu primeiro em vídeo, em sua versão avatar (Foto: Reprodução)

Meta anunciou hoje uma série de novidades para a construção e expansão do metaverso na América Latina. Durante o MetaSummit, evento online do qual participaram (por vídeo) quatro executivos da empresa, foi divulgado o lançamento de avatares 3D no Brasil, Argentina, Colômbia e Porto Rico. Vishal Shah, Vice-Presidente Global de Metaverso, afirmou que “os avatares são um elemento essencial para que as pessoas comecem a explorar o mundo virtual”.

“Já tínhamos avatares 2D, mas eles não funcionam tão bem para experiências imersivas. Agora os usuários se sentirão presentes dentro do espaço”, disse Shah. Segundo o executivo, os avatares estarão disponíveis também para outras plataformas de realidade virtual (VR) que não as da Meta.

Sem revelar datas, a companhia disse que pretende trazer para a América Latina o Horizon World, mundo virtual hoje só disponível nos Estados Unidos. Segundo a Meta, os usuários já estão participando da construção do espaço, de forma coletiva. Há, por exemplo, um clube de stand-up comedy com noites de microfone aberto e um estúdio de música virtual, além de espaços para sair com os amigos avatares e assistir jogos da NBA.

Facilitar o acesso ao metaverso é uma das maiores preocupações da empresa. Um dos movimentos que a Meta planeja fazer é disponibilizar o Horizon World no browser de navegação, para que possa ser acessado via computador, tablet ou smartphone, sem a necessidade de ter em casa um headset de realidade virtual. O Horizon World também poderá ser compartilhado no Facebook e Instagram. Dessa maneira, o acesso fica mais barato, e pode ser feito por qualquer um com um smartphone na mão.

A companhia também anunciou que está desenvolvendo uma nova geração de headsets, citando o peso, o conforto e a acessbilidade de preços como pontos críticos. Há ainda um plano – sem data, por enquanto – para trazer o Quest2 — um dos seus modelos de headaset — para a América Latina.

Vantagem competitiva

Em uma das conferências, a Vice-Presidente Regional para América Latina, Maren Lau, apareceu primeiro no vídeo em sua versão avatar, e só depois em pessoa. Lau reforçou a aposta no metaverso como a próxima revolução da tecnologia. “É a próxima evolução na conexão social, uma relação imersiva, conectada, em que as pessoas podem passar de plataforma para plataforma e do mundo online para o offline”, disse.

Ela ainda comparou o desenvolvimento do metaverso ao crescimento do mercado de aplicativos para smartphones no final da década de 2000. “Quando vejo pessoas questionando a validade do metaverso, eu penso na vantagem competitiva das empresas que entraram no mercado de apps lá atrás, em 2007. Talvez ainda leve 10 anos para [o metaverso] se consolidar, mas já estamos começando a jornada, e as empresas que entrarem agora terão uma vantagem”, afirmou.

Segundo Lau, o metaverso será a maior oportunidade para negócios e criadores na América Latina desde a internet. Ee 2031, afirma, ele poderá representar 5% do PIB da região, e 2,8% do PIB global.

Diversidade

A preocupação com a diversidade dentro do metaverso foi outro tema abordado no evento. Segundo a Meta, os avatares já contam com 1 quintilhão de combinações diferentes nos apps, entre tons de peles, cabelos e roupas.Também haverá avatares com cadeiras de rodas e aparelhos auditivos. A Meta afirma ainda que a barreira linguística não será um problema, já que haverá ferramentas de tradução para mais de 100 idiomas.

“Não queremos deixar nenhuma língua e nenhuma pessoa para trás”, disse a VP global de Diversidade, Maxine Williams. Ela reforçou o compromisso da empresa em contratar pessoas de diversas origens para garantir que a construção do metaverso será diversa “desde o início”.

Recado para os founders

O VP de Experimentação de Novos Produtos (NPE) da Meta, Ime Archibong, anunciou que a companhia vai investir em starups early stage na América Latina por meio de seu fundo NPE Ignite. Em um recado direto para os fundadores, ele pediu que eles “solicitem investimentos” por meio do site do NPE Ignite. “SE você tem um time pequeno e está construindo um produto que serve a uma comunidade, está muito próximo do que nós estamos procurando”, disse.

Segundo Archibong, a Meta busca projetos que ajudem comunidades locais a se desenvolverem. “Nessa próxima era, a inovação será feita pelas comunidades e pessoas que muitas vezes foram subestimadas pelo setor. Se vocês, fundadores, acreditam que há soluções para problemas locais e que nós podemos ajudá-los a escalar, entrem em contato conosco. A próxima grande inovação pode vir da América Latina”, disse.

Entre os negócios já investidos pela área de NPE, estão a americana InWorld AI, plataforma para o desenvolvimento de personagens virtuais, a Ami, startup de saúde mental com sede em Cingapura, e a OlaClick, startup que ajuda restaurantes a processar pedidos pelo WhatsApp, com sede em Lima, no Peru.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2022/05/meta-anuncia-avatares-3d-no-brasil-e-investimentos-em-startups-early-stage.html