Vestíveis inteligentes não são inventos recentes. O conceito existe desde a década de 1960, quando a Casio lançou um relógio que funcionava como uma calculadora. Em 2010 a escala já começou a aumentar, onde as empresas começaram a usar a Internet das Coisas (IoT) para trazer a tecnologia vestível para uma nova dimensão.
Em 2015, os smartwatches criaram uma mania de tecnologia vestível onde a IoT foi usada para monitorar a atividade de uma pessoa e passar dados do relógio para outros dispositivos, permitindo gerar relatórios de desempenho da pessoa, assim como dados de saúde.
A partir disso, smartwatches, monitores de fitness e fones de ouvido com óculos RV (Realidade Virtual) e RA (Realidade Aumentada) tornaram-se cada vez mais presentes em nossa sociedade. Para sustentar essa informação, dados de um estudo da consultoria de mercado GlobalData Technology, a tecnologia vestível será o segmento de maior crescimento e crescimento mais rápido em receita em 2023, atingindo um tamanho de mercado de US$ 126 milhões.
Então, naturalmente, as empresas estão encontrando maneiras inovadoras de aplicá-los em nossas vidas cotidianas. Uma forte tendência para 2023 são vestíveis que monitoram a saúde, mas não somente medição de batimento cardíaco e nível de oxigênio. O próximo passo é medir o nível de açúcar no sangue, o que beneficia diabéticos.
A empresa norte americana Rockley Photonics, de sensores, já está pronta para fornecer tecnologia de medição para fabricantes de wearables (sejam smartwatches ou vestíveis dedicados à saúde, como pulseiras ou cintas) que mensuram glicose, pressão arterial, temperatura corporal e nível de hidratação.
Outra tendência para 2023 é o envio de dados desses dispositivos. Mais do que apenas armazenar, o usuário (ou paciente) poderá enviar os dados diretamente ao médico. E isso programado de modo automático, para enviar os dados com frequência, de modo que o médico tenha um acompanhamento semanal, por exemplo. Imagine o quanto isso pode ajudar idosos ou pacientes com dificuldade de mobilidade. Eles se tornam menos dependentes de um consultório ou de uma enfermeira em casa para monitorar sua saúde.
E com a ajuda do 5G e Wi-Fi 7, serviços de monitoramento a distância serão tendência. Com alta conectividade, os óculos de RV e RA serão outra tendência nos próximos anos. Além de oferecer aos usuários uma experiência virtual multissensorial, a adoção de RV e RA no processo de fabricação também pode testemunhar um aumento nos próximos anos. Por exemplo, a BMW já está usando a tecnologia RA para projetar e prototipar novos produtos. Ele permite que os engenheiros visualizem conceitos geométricos em modelos 3D holográficos em escala real dos protótipos de veículos, facilitando o processo de montagem e a experimentação de variantes de conceito para futuros veículos de série em muito menor tempo do que o processo tradicional.
Para usuários em geral, os óculos também serão tendência. O metaverso, que parece parece parado no momento, vai fomentar o uso dessas tecnologias. Segundo estudo da Grand View Research, o metaverso deve crescer 39.4% até 2030, com investimentos estimados de mercado entre US$ 3,75 trilhões e US$ 12,46 trilhões.
Empresas como Google, Meta e Apple já estão trabalhando em novas versões de seus óculos de RV e RA. Na CES 2023, a TCL apresentou o RayNeo X2, o primeiro do mundo com uma tela binocular de onda óptica Micro-LED colorida em óculos de RA. E ele é totalmente independente de conexões, pois usa um chipset com CPU, memória, armazenamento e com suporte a 5G. Com isso ele tem funções como sistema de navegação GPS inteligente, que reconhece gestos. Com isso, seu mapeamento mostra nas lentes, pontos de referência próximos à medida que você se move, ideal para uso em ambientes do metaverso.
Outro uso de vestíveis que logo vamos ver é na segurança do trabalho. Os wearables vão ajudar os funcionários a monitorar o peso dos produtos que manuseiam, os movimentos, verificar postura e proximidade de perigo. Essa tecnologia torna o trabalho mais eficiente e protege a saúde do trabalhador, além de ajudar as empresas a cumprir os regulamentos de segurança no local de trabalho.
Enfim, a tecnologia vestível hoje está muito mais avançada do que estava há apenas uma década. Eventos globais como uma pandemia fazem as indústrias mudarem com novos avanços. As pessoas podem cuidar melhor de si mesmas por meio do rastreamento de saúde, de contatos e comunicação entre os próprios vestíveis. Somado à ajuda da IA integrada e a alta conectividade do 5G, o futuro reserva um desenvolvimento inovador para a área dos wearables. É esperar para ver ótimas inovações nessa área.
FONTE: https://canaltech.com.br/colunas/mercado-de-wearables-tendencias-para-2023/