Mark Zuckerberg mostra protótipos de óculos para realidade virtual e aumentada

Nesta semana a Meta, conhecida até pouco tempo como Facebook, abriu o armário de protótipos e mostrou como está o trabalho em óculos para realidade virtual. São diversos modelos para tentar resolver problemas de visão para que este mundo (principalmente o Metaverso, claro) esteja mais fidedigno ao nosso.

Durante a apresentação dos modelos, Mark Zuckerberg listou quatro problemas que seus protótipos tentam resolver. O primeiro é a resolução da tela em si, para que os pontos responsáveis por gerar a imagem fiquem claramente misturados com o fundo. O primeiro protótipo para resolver este ponto é chamado de Butterscotch e ele alcança 55 pixels por grau – o objetivo inicial era chegar em 60 pixels por grau.

Protótipo Butterscotch (Imagem: divulgação/Meta)

Protótipo Butterscotch (Imagem: divulgação/Meta)

Comparando com um óculos do mercado, o protótipo consegue ter duas vezes e meia mais resolução que o Oculus Quest 2. Este produto já disponível exibe duas telas Full HD, sendo uma para cada olho. Para aliviar o trabalho do hardware, o projeto faz a maior resolução apenas dentro do foco principal da vista, baixando a quantidade de pixels na visão periférica.

Mark tem protótipo com lente varifocal

O segundo protótipo tem nome de Half Dome, trabalha o foco e nele a Meta inseriu lentes varifocais, que conseguem imitar (até certo ponto) o trabalho das nossas pupilas. Elas permitem que um objeto próximo fique nítido quando olhamos para ele, enquanto o fundo está embaçado – e vice versa.

Este tipo de teste também envolve rastreamento ocular, para que a variação de foco seja natural e as lentes ganhem movimentos mais suaves.

O terceiro está na distorção da imagem e por aqui isso significa que nas bordas da visão as cores podem ficar perdidas, ou em proporção errada. O trabalho deste protótipo envolve acelerar a resposta da tela para os olhos, evitando desconforto visual no movimento da cabeça.

Mark Zuckerberge com o Starburst para HDR alto (Imagem: divulgação/Meta)
Mark Zuckerberge com o Starburst para HDR alto (Imagem: divulgação/Meta)

Por fim, o alcance dinâmico entra em jogo e você deve conhecer este nome por HDR – o mesmo do seu celular e da TV moderna. Com ele os pontos escuros ficam com mais informações e os mais claros não estouram, deixando o céu ainda azul mesmo quando a visão em VR está apontando para uma caverna.

Meta quer passar o teste de Turing da realidade virtual

Estes trabalhos são apenas quatro dos mais de 10 exibidos por Mark Zuckerberg em sua apresentação para a imprensa. O objetivo é de passar em um teste chamado de “Teste visual de Turing”, onde a visão em realidade virtual ou aumentada é tão real que o usuário não percebe a diferença entre essa experiência e o mundo real.

O nome do teste vem do já conhecido teste de Turing, criado nos anos 50 por Alan Turing e com foco em testar um humano que interage com uma máquina, para saber se a inteligência do dispositivo é suficiente para fazer com que a pessoa não perceba que o outro lado não é um humano.

Na Meta este objetivo me soa mais como tornar o tal Metaverso como algo menos cartunesco e com as limitações conhecidas dos óculos atuais. Mark Zuckerberg mostrou os protótipos para problemas da visualização, dos olhos e não para a renderização realista. Esta ainda depende de outro hardware, que geralmente é um PC ou um circuito presente no aparelho.

Todos os protótipos apresentados são grandes, pesados ou com placas expostas. Ao Olhar Digital, Tungjen Garcia, porta-voz da Meta, disse que a pesquisa ainda está em estágio inicial e os produtos que devem trazer essas soluções ainda devem levar algum tempo (quem sabe anos) para chegarem ao mercado.

FONTE: https://olhardigital.com.br/2022/06/20/reviews/mark-zuckerberg-mostra-prototipos-de-oculos-para-realidade-virtual-e-aumentada/