Marisa começa a renascer das cinzas com aposta no digital

Depois de cinco anos ruins, a Marisa começa a se recuperar e é chamada de a “fênix rosa” em um relatório do HSBC. As vendas nas mesmas lojas crescem a três trimestres consecutivos e a estratégia online dá os primeiros resultados. O CEO da varejista, Marcelo Pimentel, explica a reestruturação ao NeoFeed

De 2013 a 2018, a varejista de vestuário e calçados Marisa viveu anos para esquecer. As vendas nas mesmas lojas encolheram 10%, o faturamento caiu 14% e a empresa perdeu 0,4 ponto percentual de participação de mercado. Os seus concorrentes diretos, como Renner, Riachuelo e C&A, ao contrário, observaram todos esses indicadores crescer. Do auge em 2013, quando suas ações chegaram a valer mais de R$ 30, os papéis caíram para menos de R$ 4 em 2018.

Mas a companhia que ficou famosa com o slogan “De mulher para mulher” e que soube surfar no auge do consumo das classes mais pobres parece que está renascendo das cinzas, como descreveu um relatório do HSBC sobre o mercado de vestuário e calçados. No documento produzido pela área global de pesquisa do banco britânico, a companhia foi descrita como a “Fênix rosa”, em uma referência ao pássaro mítico que renasce das cinzas e à cor rosa de seu logo.

As ações da Marisa valorizam-se 92,1% neste ano, cotadas a R$ 10,95 na sexta-feira, 22 de novembro. Esse desempenho reflete uma percepção do mercado de que a reestruturação que está em curso na empresa está começando a dar resultados. Tanto que o HSBC escolheu a ação da companhia da família Goldfarb como sua principal escolha no setor de varejo de vestuário e calçados, à frente de Renner, C&A e Riachuelo (Guararapes), com potencial de chegar a R$ 15.

“Começamos a reestruturação no fim de 2017, investimentos na qualidade do produto, voltamos a estreitar a relação com nossos fornecedores e, agora, queremos atrair as mulheres de volta para as lojas”, afirmou ao NeoFeed Marcelo Pimentel, que assumiu a presidência da companhia em julho deste ano.

Pimentel não é exatamente um novato que chegou com a missão de salvar a Marisa. Ele está na companhia desde junho de 2017, ano que começou a reestruturação. Antes, o executivo trabalhou no Walmart e na Drogaria Pacheco São Paulo. Ele substituiu a Márcio Goldfarb, que era o CEO interino e membro da família controladora.