Em uma mina, é recomendável que a manta seja usada no percurso de fluxo de caminhões. O produto tem duração de seis a oito meses, depende do tráfego de veículos, da manutenção e da temperatura ambiente.
“O material é biodegradável. Se ele desaparecer se coloca outro no lugar, caso contrário, ele começa a ficar esbranquiçado e é aplicado o líquido novamente”, ressalta.
A tecnologia armazena e captura a água por muito mais tempo, já que reduz drasticamente a taxa de evaporação, mantendo assim a alta umidade do solo por longos períodos.
Testes e redução de problemas
A empresa está fazendo testes em duas mineradoras nesta semana: AMG e Anglo American. “As empresas têm cenários e solos completamente diferentes. Um solo com muitas pedras e outro com nenhuma. Um com aclives e declives e outro não”, detalha o diretor.
Ele explica que existe uma empresa com sensores colocados na pista para medir a quantidade de poeira. A manta pode ser usada não apenas nas mineradoras, mas em estradas de terra em localidades próximas a elas.
Eigner lembra que, além da economia de água, a tecnologia permite redução de problemas de saúde da população que vive no entorno das minas. “O produto vem para resolver uma série de questões que estão envolvidos com a poeira.” A tecnologia pode ser usada também para resolver questões semelhantes em outros setores como agronegócio e plantações de eucalipto para indústrias de papel, por exemplo.
A cidade de Congonhas, na Região Central de Minas Gerais, enfrenta
nuvens de poeira que encobrem o céu com frequência. O fenômeno é causado pelo pó de minério das atividades de mineradoras na região e se agrava no período seco.
Transformar lixo em produto
A fibra do coco é um incômodo para o mercado, segundo o diretor da empresa israelense. “São toneladas sem destinação. A empresa usa um rejeito e o transforma em produto final.”
O Brasil tem um acordo com Israel e Mercosul, desde 2010, que determina isenção de imposto de importação de produtos. “Existe uma lista de 8 mil itens de produtos que não pagam imposto de importação. Todos os produtos da NanoZ estão inseridos nesse acordo”, destaca.
A manta de fibra de coco é importada, mas a empresa pretende começar a produzir no Brasil, caso o interesse pelo produto seja grande. “Temos interesse em investir no Brasil e montar uma unidade industrial aqui. Temos feito pesquisas para ver se a fibra do coco brasileiro vai funcionar também”, ressalta Eigner.
O custo de instalação da manta depende de alguns fatores como largura da pista, existência de pedras, aclive, declive e distância. “Não é um produto de prateleira, mas evidentemente tem que ser competitivo, é calculado levando em conta o que chamamos de ‘calculadora da poeira’, que reúne uma série de variáveis para poder apresentar uma proposta para a empresa”, explica.
Além da iniciativa privada, a empresa também já recebeu sondagens de prefeituras e o diretor diz que a empresa tem total interesse em negociar com todos. “Temos interesse em oferecer a solução também para outros setores além da mineração.”