Lenovo substitui anestesia geral em crianças com realidade virtual

Empresa chinesa de tecnologia apresentou a solução em um curta-metragem, lançado no Festival de Filmes de Denver

 

Ao longo dos últimos doze meses, a Lenovo testou uma solução em realidade virtual (VR) para auxiliar o tratamento de crianças com doenças graves. Em parceria com a fundação norte-americana Starlight, a empresa chinesa de tecnologia implementou o conceito de “terapia de distração”, em que a imersão por VR substitui a anestesia geral durante procedimentos incômodos ou dolorosos para as crianças.

A anestesia geral é uma técnica de coma induzido bastante utilizada em tratamentos cirúrgicos e invasivos, mas que não dispensa riscos e efeitos colaterais. Quando se trata de crianças que sofrem de doenças graves e precisam passar frequentemente por estes procedimentos, dispensar o uso da anestesia geral é um importante avanço para diminuir  impactos negativos.

“A realidade virtual pode ser usada no lugar da anestesia geral para ajudar a tolerar a dor e, de fato, está tendo um impacto profundo na qualidade de vida de crianças hospitalizadas”, explica Joe Albertz, pediatra do Hospital Infaltil de Colorado Child Life, um dos participantes do programa.  “Estamos vendo crianças que costumavam necessitar de anestesia geral agora capazes de estar totalmente acordadas com o mínimo de medicamentos”.

Joe Albertz explica à Venture Beat que a atenção do cérebro humano tem um limite, e, portanto, é impossível estar atento a tudo quando há muitos estímulos simultâneos. “Quanto mais eu puder envolvê-lo nessa experiência virtual, menos seu cérebro será capaz de perceber os sinais de dor que estão passando. E se não está prestando atenção neles, é como se não existissem”, explica.

Realidade virtual

O programa não exigiu o desenvolvimento de nenhum equipamento ou software específico. A Lenovo utilizou os óculos de VR Mirage Solo com games e experiências de imersão que já estavam no mercado. A fundação Starlight foi responsável por escolher o conteúdo de acordo com a idade e os gostos de cada criança, para que a imersão fosse a mais adequada e agradável possível e, assim, tirasse de fato a atenção delas do tratamento.

De acordo com Albertz, a realidade virtual pode ir muito mais além no tratamento de crianças com doenças graves. “Podemos chegar a um ponto em que a tecnologia possa colocá-las em sua própria sala de aula, em tempo real, com seus professores e colegas”, prevê o médico.

A experiência da Lenovo foi contada em um curta-metragem lançado na última sexta-feira (8), durante o Festival de Filmes de Denver, nos EUA. Ele revela os impactos da tecnologia de realidade virtual por meio das histórias de três crianças hospitalizadas.

FONTE: https://www.startse.com/