LAR.app: a startup que quer baixar a conta do condomínio

Em janeiro do ano passado, a irmã de Rafael Lauand foi notificada pela Justiça que seu apartamento estava indo a leilão. O motivo: há mais de dois anos sua inquilina não pagava o condomínio. “Em todo esse período a administradora não se deu ao trabalho de avisar a proprietária,” diz Lauand.

O episódio — traumático para a família — serviu de inspiração para a criação da LAR.app, uma startup que está entrando na gestão de condomínios, um setor que movimenta R$ 50 bilhões por ano, mas ainda é dominado por empresas pouco eficientes e profissionalizadas. A oportunidade é gigantesca. Hoje, são mais de 200 mil condomínios no Brasil, distribuídos na mão de inúmeras administradoras pequenas. As três maiores (Lello, Apsa e Auxiliadora Predial) não têm nem 3% de market share cada.

Em janeiro do ano passado, a irmã de Rafael Lauand foi notificada pela Justiça que seu apartamento estava indo a leilão. O motivo: há mais de dois anos sua inquilina não pagava o condomínio. “Em todo esse período a administradora não se deu ao trabalho de avisar a proprietária,” diz Lauand. O episódio — traumático para a família — serviu de inspiração para a criação da LAR.app, uma startup que está entrando na gestão de condomínios, um setor que movimenta R$ 50 bilhões por ano, mas ainda é dominado por empresas pouco eficientes e profissionalizadas. A oportunidade é gigantesca.

Hoje, são mais de 200 mil condomínios no Brasil, distribuídos na mão de inúmeras administradoras pequenas. As três maiores (Lello, Apsa e Auxiliadora Predial) não têm nem 3% de market share cada.

A LAR começou atacando o principal problema: a gestão financeira. A plataforma toma conta de todo o fluxo financeiro do condomínio de forma automatizada, prevê as receitas e as despesas e vai ficando cada vez mais assertiva conforme a base de dados aumenta. “Nesse setor há corrupção de ponta a ponta”, diz Lauand. “Desde a administradora ganhando um percentual de todos os serviços contratados pelo condomínio até práticas erradas na gestão do fundo de reserva”.

Num condomínio no bairro do Ipiranga, em São Paulo, a startup trocou 9 em cada 10 fornecedores, ajustou as contas e conseguiu reduzir em 30% os custos. Em outro prédio, na Vila Madalena, a redução chegou a mais de 40%.

Fundada há pouco mais de um ano, a LAR atende 20 condomínios em São Paulo e Curitiba que pagam R$ 1.400 por mês pelos serviços. A meta é chegar a 120 até meados do ano que vem. (A Lello — o maior player desse setor — tem um portfólio de cerca de 3 mil condomínios). Com passagem pelo iFood, Lauand se uniu com Leo Boz, um amigo da faculdade de engenharia que teve uma experiência na Easy Taxi, e José Vanni, que ambos conheceram quando trabalharam na Vitta, uma startup do setor de saúde.

A LAR acaba de levantar uma rodada de R$ 4 milhões de seed money liderada pela Global Founders Capital, a gestora dos irmãos Samwer, fundadores da Rocket Internet, e que contou com a participação de nomes como Brian Requarth, o fundador do VivaReal, e Bruno Nardon, ex-CEO do Rappi no Brasil. (A Global foi uma das primeiras investidoras do Slack, Facebook e LinkedIn e já investiu em empresas brasileiras como a DogHero e BeeTech.)

Por enquanto, o resultado mais visível para os condomínios da LAR é a conta mais barata no fim do mês. Mas a empresa não quer parar por aí. Em breve, vai lançar um marketplace de serviços e produtos para os condomínios — que vai oferecer desde lâmpadas e produtos de limpeza até empresas de manutenção de elevadores e geradores — e planeja oferecer produtos financeiros, como investimentos mais atrativos para os fundos de reserva. Neste modelo, a ideia é cobrar um fee sobre as transações.

No desenvolvimento do marketplace, um dos benchmarks da LAR é a NextDoor, uma startup de São Francisco que introduziu esse mesmo conceito nos bairros americanos — e que foi avaliada em US$ 2,1 bilhões em sua última rodada. Na parte comercial, a startup está em conversas avançadas com três grandes construtoras para fechar parcerias para gestão do condomínio de prédios em lançamento.

FONTE: BRAZIL JOURNAL