Inteligência artificial previu epidemia do coronavírus – e agora é usada no tratamento

Diversas aplicações de inteligência artificial estão sendo usadas para controlar a contaminação do coronavírus, na China

A epidemia do coronavírus, que já foi responsável por 20 mil casos e mais de 400 mortes na China, está movimentando o setor de tecnologia no país. Gigantes como Alibaba, Baidu e Meituan estão disponibilizando fundos, equipamentos e soluções digitais para auxiliar as equipes médicas das áreas mais afetadas.

Outro exemplo é a empresa de segurança digital Qihoo 360, que criou um aplicativo para monitorar a presença de potenciais portadores do vírus em viagens de trem e avião. Além disso, foi inaugurado na segunda-feira (3) um hospital construído em apenas dez dias com técnicas inovadoras de construção civil.

No entanto, a tecnologia de ponta está presente desde o primeiro caso de contaminação do coronavírus. De acordo com a revista Wired, uma healthtech canadense divulgou no dia 31 de dezembro para sua base de clientes que um surto da doença estaria a caminho. Vale ressaltar que a startup se antecipou à Organização Mundial da Saúde, que só alertou para o problema nove dias depois.

Inteligência Artificial

A empresa canadense BlueDot utiliza um algoritmo de inteligência artificial (IA) para monitorar informações relevantes de saúde em diversas línguas e tipos de publicação no mundo inteiro. A plataforma digital alerta automaticamente seus clientes em relação a áreas de risco, como ocorreu no último dia do ano, quando sinalizou a região de Wuhan neste sentido.

“Sabemos que não se pode confiar nos governos para fornecer informações sensíveis em tempo hábil”, afirma Kamran Khan, fundador e CEO da BlueDot. Segundo o executivo, a inteligência artificial desenvolvida consegue se antecipar aos anúncios oficiais. “Podemos captar notícias de possíveis surtos, pequenos murmúrios, fóruns ou blogs com indicações de algum tipo de evento incomum acontecendo”.

O algoritmo da plataforma conta com técnicas de processamento de linguagem natural e machine learning para analisar em uma mesma base dados de várias fontes. Por exemplo, uma matéria de uma notícia em um portal em chinês e as informações sobre passageiros em um voo do país asiático para o exterior conseguem ser “lidos” pelo mesmo sistema. Foi dessa forma, inclusive, que o algoritmo indicou risco de contaminação em Bangkok, Seoul, Taipei e Tóquio – todos se confirmaram, e foram alguns dos primeiros locais afetados pelo vírus fora da China.

Aplicações de IA

Algoritmos de inteligência artificial estão sendo usados em diversas frentes, não apenas para previsão de focos de contágio – como no caso da startup canadense. Segundo o portal South China Morning Post, autoridades de Xangai lançaram um robô com reconhecimento de voz que conversa com a população, identifica o quadro de saúde do interlocutor e recomenda ações para minimizar riscos.

“Com base em sua condição, é aconselhável que você fique em casa para uma observação de quarentena de 14 dias. Enviaremos suas informações aos centros de saúde comunitários para acompanhamento” disse o bot de IA a uma fonte da reportagem.

Já nas cidades de Pequim e Shenzhen, a inteligência artificial é integrada aos sistemas de controle de estações de trem e aeroportos. O algoritmo detecta o calor humano por meio de sensores e identifica áreas de aglomeração. Então, o software prioriza viagens que diminuam a quantidade de pessoas em uma mesma plataforma, evitando riscos de contaminação. Além disso, o sistema consegue identificar o calor de cada pessoa especificamente, verificando sinais de febre.

Estas são algumas evidências de que a inteligência artificial é uma tecnologia que pode ser aplicada em diversas áreas – seja diretamente à saúde ou para a complexa gestão de passageiros em um aeroporto. Para entender como dominar esta inovação e aplicá-la em sua empresa, conheça o curso Inteligência Artificial para Negócios.

FONTE: STARTSE