INOVAÇÃO FAVORECE PEQUENAS EMPRESAS DE CULTIVO DE FRUTAS

Não é só de tecnologias digitais que vive o campo. O uso de técnicas de cultivo, como melhoramento genético, está permitindo o surgimento de novas variedades de frutas, como melancia mais compacta e maracujá menos ácido. Esses alimentos, que começam a chegar aos supermercados de todo o país, são fruto de inovações para atender aos desejos dos consumidores.

Se antes as melancias disponíveis no mercado pesavam quase 15 quilos, hoje é possível encontrar variedades com cinco quilos, produzidas com sementes fornecidas por multinacionais. A primeira safra comercial da melancia sem semente lançada pela Bayer, por exemplo, começou a ser colhida no início de 2018 no Rio Grande do Sul, principal Estado produtor.

A variedade, chamada de Pingo Doce, foi lançada o Brasil após pesquisas iniciadas em 2014. Até 2020, a empresa alemã estima que a produção atinja 100 mil toneladas da nova fruta, que tem casca mais escura e mais resistente. “Ela é menor, cabe na geladeira e não tem sementes. Pensamos na comodidade do consumidor”, diz Daniel Labarda, diretor da unidade de sementes de hortaliças da Bayer para América do Sul.

No caso do maracujá, fruta nativa do Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalha desde os anos 90 para que outras variedades além do amarelo se tornem comerciais. O foco é atender o mercado interno: mais de 1 milhão de toneladas da fruta são produzidas por ano para consumo dos brasileiros.

Uma delas é o Pérola do Cerrado: verde escuro, menor e bem mais doce que o tradicional. “É praticamente um novo fruto”, diz Fábio Faleiro, coordenador de pesquisas de maracujá da Embrapa. A produção se concentra no Distrito Federal, mas a fruta já é comercializada em diversos Estados.

Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, o desenvolvimento de novas variedades impulsiona o consumo. “Sou favorável ao cultivo de frutas e legumes com um diferencial. Essa estratégia funciona em favor de toda a cadeia”, afirma.

FONTE: PEGN