Inovabra, do Bradesco, faz terceiro aporte na 4intelligence

Fundo tem dois assentos no conselho da startup de modelos preditivos de vendas.

Juan Jensen, chairman e cofundador da 4intelligence: breakeven em 18 meses — Foto: Divulgação

O Inovabra, fundo de venture capital do Bradesco, acaba de fechar o terceiro aporte na 4intelligence, startup de modelos preditivos de vendas e estratégias baseados em análise de dados e inteligência artificial. A startup recebeu R$ 10 milhões do fundo e R$ 1 milhão do empresário Fernando Steler, fundador da D1, startup de software que se fundiu coma Zenvia há dois anos.

“O Bradesco é nosso investidor de longa data. Começou com o seed money em 2020, que nos ajudou a estruturar a companhia de maneira formal, depois um aporte em 2021 para estruturar o produto em si. Agora, o foco é na máquina de vendas”, diz Juan Jensen, chairman da 4intelligence, ao Pipeline. Ao todo, o Inovabra já colocou R$ 24 milhões na startup.

Num contexto de liquidez mais escassa para startups, down rounds e levas de demissões em várias delas, a conversa com um investidor já da base facilitou o processo. O Inovabra tem duas cadeiras no conselho de administração da 4intelligence e manteve o múltiplo de valuation da rodada anterior, fazendo com que o valor saltasse de R$ 50 milhões há dois anos para R$ 156 milhões agora.

A rodada tem meta de R$ 25 milhões e fica aberta até junho. A companhia também quer investir em marketing para conseguir escalonar o processo de vendas. No ano passado, a receita dobrou, chegando a R$ 14 milhões e a meta neste ano é chegar o mais perto possível da marca de R$ 30 milhões e a 4intelligence vê o breakeven em até 18 meses.

“Buscamos mais recursos para ter uma segurança adicional de caixa, mas não precisamos de mais capital para executar o plano do próximo ano e meio, quando a companhia passa a ser lucrativa”, diz Jensen, que é um dos cinco fundadores.

A companhia pivotou três vezes até chegar no modelo atual de negócio, que define como “ciência da decisão”. “Construímos modelos para o processo de tomada de decisão de gestores e executivos. É uma de construção complexa e manejo simples”, afirma o cofundador, ressaltando a equipe técnica com 16 PHDs.

Para o executivo, o diferencial é justamente a facilidade de uso em relação a concorrentes, para que a plataforma seja acessada por quem toma a decisão de fato. Em concorrentes globais como Dataiku, H2O.ai e Data Robot, o manuseio normalmente depende do apoio da equipe de TI da empresa contratante.

A primeira versão de modelo trabalhava séries temporais – como a análise de vendas em véspera de feriado para uma varejista projetar estoque, por exemplo, comprando o histórico de demanda. Uma nova versão independente desse modelo do dia a dia ou mês a mês, viabilizando uma classificação dentro da carteira de clientes sobre risco de crédito.

Na fabricante de massas e biscoitos M.Dias Branco, o desafio na pandemia era repassar os maiores custos de commodities nos preços dos produtos, sem perder volume de vendas. Com os modelos preditivos, a 4intelligence conseguiu ajudar a companhia a definir os produtos que tinham menor sensibilidade a preço, fazendo análises por itens e por regiões. “A companhia não só manteve volume como ganhou margem”, diz Jensen.

Na Volvo Caminhões, as previsões de demanda de veículos e de gestão de estoque ajudaram a ganhar participação de mercado no segmento, enquanto a Hering recorreu aos algoritmos de georreferenciamento para definir as lojas que poderiam servir de hub de distribuição das compras online na pandemia.

FONTE: https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/inovabra-do-bradesco-faz-terceiro-aporte-na-4intelligence.ghtml