“A indústria automobilística vai ter que se reinventar”, diz CEO da Nissan no Brasil

No programa MOEDA FORTE desta semana, Carlos Sambrana, diretor de redação da ISTOÉ DINHEIRO, recebe Marco Silva, CEO da Nissan no Brasil. Nos últimos anos, em plena crise econômica, a montadora japonesa investiu mais de R$ 3 bilhões no mercado brasileiro. Uma parte desse dinheiro foi usada na construção de uma fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, e mais de R$ 700 milhões foram destinados ao projeto Kicks, o pequeno SUV que se tornou sucesso de mercado.

Nesta entrevista, o executivo conta quais são os novos investimentos da companhia, os carros que serão trazidos para o Brasil, as impressões sobre o mercado automobilístico nacional e destaca as tecnologias que irão guiar o futuro da marca.

Neste quarto bloco (acima), Silva fala sobre o futuro da marca. De acordo com o executivo, a Nissan é pioneira na fabricação de carros elétricos e vê isso como uma tendência. “O carro elétrico vai ser o veículo do futuro”, diz. Silva destaca o sucesso do Leaf, que é o carro elétrico mais vendido desde 2010, com mais de 300 mil veículos comercializados. “Já temos fila de espera no Japão, Europa e EUA para o novo Leaf, lançado há seis meses”, afirma. O executivo também comenta a mudança no comportamento dos consumidores e enxerga um grande potencial para o compartilhamento de veículos. “Uma das grandes revoluções, além da tecnológica, será a forma de comercialização do carro”, destaca.

BLOCO 3

Silva fala sobre o mercado automobilístico no Brasil. De acordo com o executivo, o desenvolvimento, o fornecimento, o transporte e a importação de peças têm um custo que não existe nos outros países. E somam-se a isso, impostos, burocracia, insegurança e processos internos. “Precisamos desenvolver e abrir nossa indústria para ganharmos competitividade dentro do próprio País”, afirma. Silva observa que se hoje acabassem todas as barreiras para a importação, a indústria brasileira ficaria muito reduzida. “O Brasil precisa de um programa de desenvolvimento para toda a cadeia produtiva”, destaca.

BLOCO 2

O executivo fala sobre o desempenho da marca na crise. De acordo com o executivo, a empresa teve de rever a base de custos, otimizar produtos e versões, e trabalhou fortemente com a sua rede de concessionárias. Além disso, investiu R$ 750 milhões para trazer o Kicks para o Brasil. “Fui dez vezes ao Japão para mostrar o potencial do Brasil para receber e fabricar o modelo”, afirma. Agora, a montadora japonesa prepara a entrada no segmento de SUVs grandes no País. “Estamos estudando qual veículo terá a melhor aceitação e futuro no mercado brasileiro”, diz.

BLOCO 1

Silva fala sobre o bom desempenho da Nissan no Brasil. De acordo com o executivo, a instalação da fábrica em Resende foi um divisor de águas para a empresa. “Começamos a produzir nossos próprios veículos e criamos a nossa identidade no mercado brasileiro”, conta. O presidente da Nissan lembra que, apesar da recessão econômica, conseguiram convencer a matriz a continuar investindo no Brasil. “Hoje a capacidade de produção da fábrica é de 200 mil carros por ano e exportamos para Argentina, Chile, Peru, Paraguai, Panamá e Costa Rica”, diz.

FONTE: ISTO É