Impressão em 3D facilita a criação de tecidos. Cultivar células em uma placa de Petri é uma forma consagrada pelo tempo de fazer experiências em tecidos biológicos. Mas não é particularmente confiável. O problema é que as células geralmente precisam de suporte estrutural específico para funcionar corretamente. Para fornecer isso, os engenheiros de tecidos estão se voltando para impressoras 3D para fazer pequenos suportes ou andaimes (scaffolds) sob medida, nos quais as células são “semeadas”.
Isso encoraja tais células a crescer e se desenvolver. Na medida em que a pesquisa sobre engenharia de tecidos avança, o mesmo acontece com as formas de imprimir os scaffolds. Como dois exemplos recentes mostram, isso poderia levar a um melhor tratamento com medicamentos para doenças como o câncer, e até mesmo a completar órgãos artificiais adequados para transplante.
O glioblastoma é um câncer agressivo que começa no cérebro e rapidamente desenvolve resistência a medicamentos. A melhor chance de tratamento é cultivar, em laboratório, amostras do tumor de um indivíduo e então bombardeá-las com diferentes combinações de produtos farmacêuticos até que uma mistura eficaz seja encontrada.
Dois pesquisadores sul-coreanos, Cho Dong-Woo, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, e Sun Ha-Paek, do Hospital da Universidade Nacional de Seul, elaboraram uma maneira de imprimir estruturas em 3D a partir de células de glioblastoma. Essas se desenvolvem em cânceres maduros dentro de duas semanas e podem, como os pesquisadores relataram recentemente na Nature Biomedical Engineering, ser usadas para testar novos coquetéis – aparentemente com sucesso.
Como Tourlomousis e seus colegas relatam em Microsystems and Nanoengineering, as células aderiram bem a esse scaffold e cresceram de maneira uniforme – essencial para que a técnica resultasse, em última instância, em um órgão transplantável. Em particular, os pesquisadores descobriram que certas células-tronco sobreviveram no suporte por muito mais tempo, sem perder as propriedades, mais do que se tivessem sido cultivadas em uma placa de Petri. Essa descoberta pode ajudar a encontrar maneiras de estimular as células-tronco a gerar tecido e órgãos para transplante. Um bônus é que, se as células-tronco em questão fossem retiradas do paciente a ser tratado, esses transplantes teriam menor probabilidade de serem rejeitados.
FONTE: PANORAMA FARMACEUTICO