A importância da inovação disruptiva no avanço da saúde

A inovação é crítica para o crescimento económico e progresso em todas as indústrias. Para um observador menos atento, a inovação motivada pela tecnologia pode parecer aleatória, mas, ao observar o panorama geral, evidencia-se um padrão mais dramático: a inovação processa-se de modo exógeno à economia, sendo mais provável de se desenvolver durante tempos economicamente desafiantes. A crise económica proporcionou assim a incrementação da inovação em várias indústrias, uma das quais a da saúde.

No entanto, esta indústria sempre dependeu da inovação para evoluir. Desde tecnologia destinada a melhorar a vida dos pacientes, a equipamento que possibilita a investigação de novas terapias até tratamentos para doenças vistas como incuráveis. Estes avanços permitiram então estender a expectativa de vida e melhorar a saúde a uma escala global. Prova disso é o facto de que, em 2019, os investimentos em tecnologia, na indústria da saúde, superaram os 3,5 mil milhões de dólares, na Europa, e em termos globais já existem 37 unicórnios, focados em encontrar novas soluções para este setor, avaliados num total de 92,1 mil milhões de dólares.

Além do impacto financeiro, a inovação pode ser medida também pelo seu impacto nos stakeholders como disruptiva ou não disruptiva. Nas décadas mais recentes, a maioria da inovação na área da saúde, tem estado centrada no desenvolvimento de novos medicamentos ou procedimentos de diagnóstico o que, apesar de produzir resultados incríveis, tende a ser considerada como não disruptiva, por ser gradual.

Em contrapartida, a inovação mais disruptiva tende a estar ligada com as novas tecnologias que podem ser utilizadas na saúde. Um bom exemplo deste tipo de inovação é o novo serviço da Amazon, Amazon Care. Considerado como uma das cinco inovações de saúde a monitorizar em 2020 pelo Business Insider, esta plataforma tem o intuito de permitir, através de uma aplicação, falar com um médico ou ter uma consulta ao domicílio de forma rápida e conveniente – algo que poderá mudar profundamente o mercado.

Adicionalmente e num panorama mais geral, algumas das tecnologias mais recentemente utilizadas e que perfazem parte do negócio de muitos dos unicórnios no setor da saúde incluem saúde móvel, robótica, wearables, monitorização remota, impressão 3D, registo eletrónico, big data, realidade virtual e aumentada, telemedicina, internet of things e inteligência artificial.

Mas se o desenvolvimento tecnológico é de modo geral rápido, o mesmo não pode ser dito acerca de políticas públicas, práticas clínicas e geração de provas. O processo dos departamentos legais é moroso, devido às estritas regulações que existem na indústria da saúde, o que pode por vezes inibir a inovação. Apesar deste desafio, o plano de ação de qualquer empreendedor deve passar por ter uma boa ideia, executá-la rapidamente, aplicar a tecnologia necessária, testar, medir o impacto e reagir de acordo com os resultados.

Apesar de tudo, a tartaruga converte-se em lebre e o ritmo da mudança na indústria da saúde acelera, pouco a pouco. Por isso, a investigação e a avaliação de resultados da inovação digital são essenciais para apoiar a implementação segura e ética, enquanto justifica os investimentos realizados.

Daqui para a frente, é crucial colocar cada vez mais enfâse em promessas de inovação que rapidamente aceleram e produzem mudanças exponenciais. Incorporar novas tecnologias na saúde é, apesar de tudo, um caminho e não um evento esporádico já que deve possibilitar aos pacientes e aos profissionais de saúde adaptarem-se, à medida que as suas necessidades evoluem e novos desafios surgem.

FONTE: NEWS FARMA