Cientistas do Laboratório de Pesquisa de Inteligência Artificial da Meta, nos Estados Unidos, e do Laboratório de Engenharia e Modelagem Neuromecânica da Universidade de Twente, na Holanda, desenvolveram gêmeos digitais capazes de realizar movimentos complexos.
Segundo os pesquisadores, a estrutura de código aberto chamada MyoSuite combina modelos musculoesqueléticos avançados com inteligência artificial (IA), permitindo interações com robôs assistivos e eliminando a necessidade de longas experimentações com seres humanos reais.
“Se pudermos prever o resultado de uma terapia robótica com antecedência, conseguiremos otimizá-la para um paciente humano, oferecendo um tratamento verdadeiramente personalizado e muito mais econômico”, explica o professor de engenharia robótica Massimo Sartori, coautor do estudo.
MyoSuite
O sistema MyoSuite utiliza inteligência artificial para fazer simulações em dispositivos musculoesqueléticos, interagindo fisicamente com exoesqueletos de última geração. Essa estrutura de código aberto também pode replicar fenômenos biológicos, como fadiga e redução da massa muscular, distensões e rupturas de tendões.
Além disso, esse sistema de inteligência artificial foi projetado para simular como os robôs assistivos podem ser adaptados e controlados para restaurar o movimento de qualquer parte do corpo humano após um acidente debilitante ou alguma deficiência física permanente.
“Devido à correção fisiológica de nossos modelos neurais e musculares e ao realismo físico de nossas simulações, os comportamentos alimentados pelo sistema de inteligência artificial são extremamente realistas, podendo ser adaptados para prever os movimentos, de mãos, pés, braços e pernas”, acrescenta Sartori.
Exoesqueletos do futuro
Os modelos musculoesqueléticos no MyoSuite são até 4 mil vezes mais rápidos do que outros simuladores convencionais. Esse sistema utiliza aprendizagem de máquina para resolver problemas de controle biomecânico, unificando inteligência motora e neural.
Com o avanço dessa tecnologia, os cientistas acreditam quem esses modelos ajudarão os desenvolvedores a construir avatares que se movem de forma mais realista, tornando os exoesqueletos mais interativos e responsivos aos movimentos complexos do corpo humano.
“A MyoSuite pode abrir novos caminhos na redução dos ciclos de repetição para o design de exoesqueletos e tratamentos auxiliados por robôs. Esperamos que diversos recursos suportados por nossa estrutura representem novas oportunidades na compreensão de como os sistemas neuromecânicos interagem com agentes robóticos artificiais”, encerra o professor Massimo Sartori.
FONTE: https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/ia-da-meta-consegue-replicar-movimentos-de-varias-partes-do-corpo-humano-217244/