Hyper Festival Brazil: evento em SP destaca realidade virtual e aumentada

Realizado neste sábado, 23, festival terá 15 experiências narrativas com a tecnologia à disposição do público e palestras para quem quiser explorar mercado

Quem estiver em São Paulo no próximo dia 23 poderá ter um vislumbre do que Mark Zuckerberg já chamou de o futuro da computação: as tecnologias de realidade virtual e aumentada. Isso porque acontece na cidade de São Paulo a quarta edição do Hyper Festival Brazil, evento que se dedica a explorar inovações e experiências imersivas, abrindo espaço tanto para o público em geral quanto para quem deseja entrar nesse mercado.

“Dividimos o evento ao meio: os painéis e as palestras são voltados tanto a profissionais quanto a quem acompanha festivais de cinemas e games”, explica Fábio Hofnik, responsável pelo evento desde sua primeira edição. “Já as experiências servem para quem não tem contato frequente ou mesmo nunca teve contato com realidade virtual e aumentada”, afirma. Ao todo, o evento ocupará três andares da Digital House, espaço de eventos na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista – os ingressos custam R$ 105.

Entre os palestrantes, destaque para o criador de conteúdo Hugh Hou e Dan Miller, evangelista chefe da Unity para tecnologias de realidade mista (XR, um termo que une realidade aumentada e virtual) – a Unity é um motor gráfico, “espécie de chassi” no qual podem ser criados games e experiências em 3D. Além disso, estarão presentes também criadores de conteúdo brasileiros em VR, como Tadeu Jungle e Ricardo Laganaro – este último, o diretor de A Linha, “curta” premiado no Festival de Veneza com um Leão de Ouro. Outro destaque é uma mesa sobre jornalismo imersivo.

Inspirado na São Paulo dos anos 1940 e com uma trilha sonora de chorinho, A Linha é também um dos destaques da programação de experiências do festival – serão 15, ao todo, com metade delas sendo brasileira. “Há gêneros diferentes, como documentários, ficção e animação, então há bastante variedade”, afirma Hofnik.

Hora de mudar o status quo

Para Hofnik, o evento tem certo caráter de resistência. Isso porque, mesmo após a realidade virtual chegar ao mercado em 2016, com dispositivos como Oculus Rift, HTC Vive e PlayStation VR, a tecnologia ainda não deslanchou para o consumidor final. “Quando os dispositivos surgiram, eles eram muito caros. Três anos depois, eles já estão num preço suficiente, mas o conteúdo ainda não acompanhou isso”, afirma.

Na visão do realizador do Hyper Festival, ainda é difícil que experiências em realidade virtual cheguem às pessoas – a exceção fica por conta dos games, que já encontraram um bom fluxo de mercado. “Há pouca gente pagando para ver algo que dura 20 minutos em casa”, avalia. “Mas novos modelos de negócios devem surgir: não duvido que em breve apareça algo parecido com um Netflix de VR.”

Além de novas plataformas, dois fatores também podem ajudar o mercado a deslanchar nos próximos meses: a chance de boas vendas de dispositivos como o Oculus Quest, que trazem boa imersão sem a necessidade de outros aparelhos, como PCs e celulares, e a chegada de grandes marcas à realidade virtual. “A Valve acabou de anunciar que terá uma continuação para Half-Life em VR. Isso é algo muito grande, porque traz os fãs da franquia para a tecnologia”, afirma o criador do Hyper Festival.

Há, porém, um lado interessante na “demora” para a adesão em massa da tecnologia: há espaço para que mais produtores de conteúdo comecem a criar imersivamente. “Ainda dá tempo de entrar nessa onda. Além do Facebook, a Apple também aposta que AR/VR serão as tecnologias do futuro. Vamos ver”, diz Hofnik.

Hyper Festival Brazil

Quando: sábado, 23 de novembro

Onde: Digital House – Vila Olímpia

Preço: R$ 105 (ingresso para uma pessoa)

FONTE: TERRA