Hiperautomação é a grande rota de inovação tecnológica em grandes empresas

Quando o assunto são despesas operacionais, as empresas que investem e adotam tecnologias de hiperautomação podem obter redução de 30% nos custos

Inovações mudam as regras no mundo da arte, da ciência, da tecnologia, da geografia e dos negócios. (Sutterstock/MASKOT)

O ano é 2022. Estamos falando em metaverso, criptomoedas, NFTs, carros autônomos e viagens ao espaço. Alguém previa que todas essas inovações iriam ocorrer de maneira tão rápida e todas juntas?

Parece que elas viraram realidade simplesmente em um piscar de olhos. A verdade é que as grandes mudanças que acontecem hoje são exponenciais. No começo, parece que nada está acontecendo, até chegar a um ponto de flexão onde tudo acelera e quem não estava preparado fica para trás.

Assim, presenciamos o surgimento de inovações que mudam as regras no mundo da arte, da ciência, da tecnologia, da geografia e dos negócios.

Diante desse cenário, vemos a queda ou a ascensão de grandes empresas e operações gigantescas, além de startups, com um pequeno grupo de pessoas, fazendo a roda girar e o dinheiro circular.

Para isso acontecer, processos são criados, e atividades diárias, interdependências e “simples tarefas”, são executadas. Um estudo sobre transformação digital conduzido pela McKinsey Brasil mostrou que as empresas líderes em maturidade digital no País, ou seja, que incorporam ferramentas de hiperautomação, entre outras soluções tecnológicas, alcançam uma taxa de crescimento até três vezes maior que as organizações que ainda utilizam atividades analógicas nas operações do dia a dia.

Quando o assunto é despesas operacionais, as empresas que investem e adotam tecnologias de hiperautomação podem obter uma redução de 30% nos custos, segundo relatório do Gartner sobre as 12 tendências tecnológicas para 2022 e os próximos anos, com destaque na lista para a hiperautomação.

O tema task mining ainda não é tão familiar para a maioria das empresas, e provavelmente para você também não. É uma tendência global que está sendo aprimorada aos poucos no mundo corporativo.

Mineração de tarefas e dados, com uso de inteligência artificial, está sendo usada para direcionar empresas no que há de mais inovador em tecnologias de hiperautomação aplicadas nos melhores centros operacionais. Isso é inovação, ela permite a visualização de tarefas que são executadas em toda a operação em tempo real.

Explico: todas as atividades geram pegadas online e dados, além das trilhas que estão sendo percorridas para a roda girar, são coletadas e analisadas.

Todo esse processo de entrevista subjetiva, fluxogramas manuais e investigação artesanal é substituído pela assertividade dos rastros, da leitura de dados e poder da inteligência artificial, que lê, captura e categoriza os dados, minerando todas as tarefas desempenhadas, desde o ponto de vista mais genérico até as etapas e ações mais detalhistas.

A inovação de Task Mining é poderosa para as operações transacionais porque entrega diretamente o valor dos dados para sustentação real da melhoria contínua, minerando as tarefas e exibindo as concentrações de esforço com foco em automação. Só esse modelo de inteligência artificial consegue entregar oportunidades que não são identificáveis a olho nu, e que jamais seriam descobertas de outra forma nos centros de operações.

Hiperautomação de tarefas

É fato, e a experiência nos confirma isso. Quando bem planejadas e executadas, essas tarefas geram o sucesso, agilidade, harmonia e lucro.

Quando mal empregadas, colocam em risco uma operação inteira ou geram cansaço excessivo, retrabalho, e mais tarefas. Por isso que, de tempos em tempos, as grandes empresas necessitam passar por uma análise das suas rotinas operacionais.

Comumente, o objetivo desse diagnóstico é listar e compreender as ineficiências para, em seguida, qualificar as operações, aplicando atualizações mais pertinentes.

No centro da maioria das grandes operações, líderes perguntam aos seus próprios funcionários como eles realizam suas atividades. Fazem isso por meio de entrevistas com os colaboradores e mapeando como os processos são executados, projetando ainda o cenário ideal para as operações.

O processo inclui ainda a identificação de planos de ação para reduzir custos e explorar as oportunidades de melhorias.

Agora pense comigo: milhares de pessoas que são entrevistadas, desde o agendamento, a entrevista, ao compilamento disso tudo, fora as conclusões. Provavelmente, no melhor cenário, quando esse resultado ficar pronto as pessoas terão mudado alguma característica de trabalho, ou algum funcionário peça-chave poderá ter mudado de cargo, saído da empresa. Ou seja, esse procedimento que é extremamente demorado e caro, se torna pouco eficiente.

Além disso, nenhum ser humano é capaz de memorizar com exatidão o que faz no dia a dia, de que maneira faz, e ainda citar detalhes que muitas vezes são os mais importantes identificar oportunidades.

Desse modo, as operações mudam o tempo todo, novos processos são criados e as pessoas entram e saem das empresas. Para complementar, surgem novas formas de executar as tarefas, e cada mudança mal gerenciada pode significar mais custos e menos eficiência.

Olhar para esses pontos é essencial para o sucesso de uma grande empresa, principalmente para os setores transacionais, em que a performance é qualificada por agilidade, volume e menor custo. No mundo atual, em que as mudanças chegam antes mesmo de percebermos, é necessário muito suporte tecnológico quando o assunto é operação, pessoas e eficiência.

E o cenário em curso comprova que processos artesanais, manuais e demorados estão desfavorecendo as empresas e, pior, as deixam no limbo da história.

FONTE: https://exame.com/bussola/hiperautomacao-e-a-grande-rota-de-inovacao-tecnologica-em-grandes-empresas/