Hidroavião 100% elétrico voou pela primeira vez no Canadá

Operado pela Harbor Air e MagniX, o hidroavião possuí 750 cavalos de potência

Enquanto os carros elétricos já são uma realidade acessível, não podemos dizer a mesma coisa dos aviões elétricos. As barreiras encontradas para torná-los comercialmente viáveis ainda são muitas. Existem dezenas de startups e empresas que buscam protótipos elétricos e híbridos a bateria, algumas delas arriscam dizer que na próxima década já poderemos voar sem emissão de dióxido de carbono.

Contudo para colocar estas grandes máquinas voadoras no céu, é necessário uma quantidade incrível de energia e, atualmente, as baterias são muito pesadas e caras para uma decolagem. A densidade de energia, que é a relação entre a quantidade de energia contida em um dado sistema e o volume, é o ponto principal, e as atuais baterias não contêm energia suficiente para tirar a maioria dos aviões do solo. Para exemplificar, o querosene de aviação, combustível utilizado nos aviões e helicópteros, nos fornece cerca de 43 vezes mais energia do que uma bateria com o mesmo peso.

Atualmente, a maioria dos modelos elétricos testados não possui a aparência das aeronaves atuais, afinal são protótipos. Mas para o alívio de muitos, no dia 10 de Dezembro tivemos o primeiro voo de um hidroavião totalmente elétrico que decolou na província de Colúmbia Britânica, no Canadá, com a aparência de um hidroavião comum.

O avião, operado pela Harbor Air e pela MagniX, é um Havilland DHC-2 Beaver de seis lugares, com um sistema de propulsão Magni500 de 750 cavalos de potência (560 kW). O curto voo de teste ocorreu no rio Fraser, no terminal Harbor Air Seaplanes, em Richmond, perto de Vancouver. Lançada na Paris Air Show no início deste ano, a empresa australiana MagniX disse que seu sistema de propulsão visa fornecer “uma maneira limpa e eficiente de alimentar aviões”.

O voo foi curto, mas a MagniX fez questão de engrandecê-lo. Além de comparações aos irmãos Wright, disse frases como: “o primeiro avião elétrico comercial do mundo” e “significa o início da terceira era na aviação – a era da eletricidade”.

Olhando para os benefícios que a propulsão elétrica poderá trazer para o meio ambiente, podemos dizer que o voo de teste foi um grande passo na redução de gases que agravam o efeito estufa do nosso planeta. Somente o setor de transportes responde por 29% de todas as emissões nos EUA, segundo a Agência de Proteção Ambiental.

Justine Calma, da Verge, escreveu recentemente sobre uma tendência atual entre os ativistas climáticos que evitam as viagens aéreas para aumentar a conscientização sobre as emissões. “Atualmente, a aviação responde por cerca de 2% das emissões mundiais de dióxido de carbono, e esse percentual deve crescer”, escreveu ela.

Infelizmente o hidroavião utilizado no teste só poderia voar cerca de 160 km com bateria de lítio, o que ainda é muito pouco. “O alcance do voo, no momento, não é o que gostaríamos que fosse, mas é o suficiente para começar a revolução“, disse o executivo-chefe da MagniX, Roei Ganzarski.

FONTE: MC