Healthtech traz prevenção de feridas em pacientes acamados utilizando IOT

A Turnit Healthcare utiliza um sensor para informar a necessidade de movimentação de pacientes para prevenir lesões de pressão

A Internet das Coisas (Internet of Things, IOT) é uma tecnologia cada vez mais promissora, pois permite que dispositivos antes desconectados entrem na rede, gerem dados e repassem informações. A tecnologia tem sido utilizada em diversos setores, inclusive na saúde. Para conhecer outras formas que a tecnologia está impactando na saúde e medicina, leia o nosso e-book gratuito.

A startup de saúde Turnit Healthcare utiliza a internet das coisas para prevenir feridas (ou escaras e lesões por pressão, como também são chamadas) colocando um sensor no tórax dos pacientes. “As feridas são muito comuns e acontecem quando um paciente que estão acamados ficam na mesma posição por muito tempo. Geralmente as pessoas estão sedadas dentro de uma UTI, não conseguem se movimentar e a própria pressão do corpo da pessoa comprime o tecido. E, quando na mesma posição por muito tempo, surgem feridas nos pontos de maior pressão no corpo inteiro”, comentou Camila Tavares Mota, fundadora da startup.

O método recomendado e utilizado por hospitais e casas de saúde e repouso em geral é o de virar os pacientes na cama a cada duas horas. No entanto, não há um sistema de monitoramento para avisar a hora certa de fazê-lo ou um sistema de checagem para verificar se todos foram realmente movimentados. Foi com a própria vivência que a empreendedora percebeu a necessidade dessa solução, pois a fundadora da startup é enfermeira, além de estudante de engenharia eletrônica.

“Os hospitais possuem muita dificuldade de controle em saber se seus pacientes estão sendo virados, reposicionados ou não. Os métodos que existem hoje de controle são basicamente checklist e confiança. Em alguns lugares, há padrões: duas horas da tarde estão todos os pacientes virados para a direita, quatro horas da tarde estão para a esquerda – mas a checagem é difícil na rotina do hospital”, disse Camila Mota.

A ideia de criar uma startup para resolver um problema surgiu ao conhecer o programa para universitários “Academic Working Capital”, realizado pelo Instituto Tim. O programa insiste em transformar o TCC em um produto ou negócio. “Eu achei bastante interessante pois eu estava desenvolvendo meu TCC e eu queria criar algo que não ficasse dentro da gaveta. Reuni uma equipe, escrevemos o projeto e entramos no programa”, comentou Camila Tavares Mota. Euller Moreira de Santana, Rafael Caixeta da Silva e Willian Douglas Caixeta Nunes também são sócios-fundadores da startup.

Em 2016, quando a startup foi criada, nenhum dos membros da equipe tinha contato com empreendedorismo ou conheciam um plano de negócios e durante todo o ano receberam mentoria. Depois, entraram em um concurso de empreendedorismo regional em Patos de Minas, cidade onde estudavam em Minas Gerais, e ganharam um prêmio no valor de cerca de R$ 4 mil. O valor foi utilizado para produzir e melhorar os protótipos do sensor e do aplicativo da Turnit Healthcare.

A startup ainda participou do programa de mentoria Programa Inovativa Brasil e BioStartup Lab. “Em todos os programas que participamos, acreditamos que o nosso modelo de negócios e proposta de valor foi ficando cada vez mais fortalecido”, afirmou Camila Mota.

A solução de monitoramento da Turnit HealthCare permite que os gestores tenham acesso à movimentação dos pacientes em tempo real, para saber a posição em que estão. “Um pequeno sensor é colado no tórax do paciente. Nós desenvolvemos o sensor do zero, pois não tinha disponível no mercado. Isso dificultou que entrássemos no mercado, pois a construção de um hardware exige uma série de homologações e certificações”.

O sensor é capaz de perceber a posição em que o paciente está e se há movimentação. “O sensor envia sem fio para uma central. Da central, os dados permanecem em uma nuvem, possibilitando que sejam acessados pelo computador ou celular. Não é apenas uma ferramenta de monitoramento, mas também um auxílio para os profissionais, com painel visual de feedback avisando a hora certa de mudar o paciente. A nossa proposta é que fique um alarme na tela piscando em vermelho caso um paciente não tenha sido movimentado”, informou a fundadora da startup.

Toda a tecnologia foi desenvolvida pelos sócios, que são engenheiros eletrônicos e de comunicação. Hoje, a startup traz o produto em forma de MVP, contando com um sensor (do tamanho de uma moeda de 25 centavos) e um aplicativo de análise, avisos e monitoramento.  Ideia é aprimorar o produto e criar uma plataforma para desktop. Para isso, a startup está em busca de investimentos para realizar testes em clínicas de home care e realizar as homologações necessárias.

FONTE: Start Se