Healthtech brasileira Bright cria terapia digital para resgatar movimentos

Startup Bright usa fototerapia para tratar osteoartrite e outras doenças articulares e recebeu investimento de R$ 1,5 milhão

A aplicação de tecnologias como inteligência artificial e programação a tratamentos já conhecidos está transformando a medicina. Um exemplo é a startup brasileira Bright, que desenvolveu um “remédio digital” para a osteoartrite – uma degeneração nas cartilagens da articulação que atinge milhões de pessoas no país. A medicação é baseada na fototerapia, que usa a incidência de raios de luz específicos para energizar as células danificadas.

Segundo Reinaldo Opice, CEO da Bright, terapias luminosas já existem na medicina, mas costumam esbarrar no fato que cada paciente absorve diferentemente os raios. Os estudos realizados pelo cientista-chefe da startup, Marcelo Sousa, porém, identificaram e organizaram os fatores que influenciam na incidência, como o índice de gordura corporal e o tom de pele. O próximo passo foi desenvolver um software que, a partir desses dados de um determinado paciente, indicasse por meio de inteligência artificial a dosagem exata para que o tratamento fosse realizado de forma eficaz.

Este programa, aliado ao dispositivo luminoso que trata os pacientes de osteoartrite e outras doenças semelhantes, chamou atenção de investidores. Por meio da plataforma Kria, a healthtech recebeu R$ 1,5 milhão que será destinado a conseguir a liberação da ANVISA, além de custos operacionais para finalização do software. O produto tem previsão de chegar aos médicos em outubro deste ano.

Por que investir em saúde?

Reinaldo Opice foi, inicialmente, um mentor da Bright. O empreendedor era executivo de empresas de tecnologia como a Microsoft e esta foi sua primeira entrada no mercado de saúde. Quando viu o potencial não só financeiro, mas de impacto social do produto, decidiu investir dinheiro e tempo integral como CEO da startup.

“A osteoartrite é uma doença que pode até limitar os movimentos. Imagine um paciente que está numa cadeira de rodas há mais de três anos”, diz Opice em entrevista à StartSe. “Ele precisará aplicar a terapia algumas vezes nas primeiras semanas, e depois um reforço talvez uma vez por mês. Só que, nesse período, ele já volta a andar”. É pensando em diminuir a dor dessas pessoas – e também daquelas em casos mais leves – que o empreendedor vê a verdadeira realização da Bright.

O dispositivo será distribuído para profissionais de saúde, que farão a devida avaliação de cada paciente. O produto vendido pela Bright será a dosagem correta, por meio do software, a partir dos dados obtidos através dos exames necessários. A aplicação da fototerapia é feita por estes profissionais, e não por automedicação.

A expectativa do CEO e sua equipe é que o tratamento seja economicamente viável à toda população – e os lucros venham através da enorme quantidade de pessoas que sofre com doenças nas articulações. Hoje, estão entre os tratamentos para a osteoartrite cirurgias e opiáceos, que podem custar caro e ter efeitos colaterais diversos.

FONTE: STARTSE