Governo da Catalunha quer utilizar blockchain para alcançar sua independência digital

A comunidade autônoma da Catalunha há anos luta para ter sua liberdade política da Espanha. O referendo realizado em 2017 até concedeu a independência à região (92% dos eleitores que participaram optaram pela independência), mas o resultado prático não ocorreu, visto que a Espanha não reconheceu o pleito catalão.

Agora, de acordo com Jordi Puigneró, ministro de políticas digitais e administração pública, enquanto o impasse da independência territorial e política não é solucionado, a Catalunha também está buscando a sua independência digital – e procurando a tecnologia blockchain para tal fim.

“Assim como a Internet nos trouxe conectividade universal, a blockchain nos trará uma nova governança universal. Isso afetará a administração [do governo], afetará a economia e afetará algo que é muito importante em nossa sociedade: confiança. A confiança é o que move as transações econômicas e o que move a relação entre os cidadãos e seu governo”, afirmou Puigneró em uma entrevista.

O ministro disse que a tecnologia blockchain oferece uma oportunidade para a Catalunha estabelecer um modelo de identidade auto-soberana que tente se manter o mais independente possível do poder central espanhol. Além disso, essa identidade permitiria aos cidadãos manterem sua liberdade perante qualquer estado, inclusive o catalão.

“Esse é realmente um dos projetos que estamos lançando na Catalunha, que é ter uma identidade soberana e digital porque acreditamos que é muito importante que o monopólio da identidade não seja exclusivo do Estado. Queremos dar poder aos cidadãos ou capacitá-los de uma maneira que eles possam lidar melhor com a privacidade de seus dados. Também é bom para eles evitar o conceito do Big Brother. Não queremos que nossos cidadãos sintam que estão vivendo no Estado Big Brother”, destacou o ministro.

O próximo objetivo é tornar a Catalunha um centro de alta tecnologia. E Puigneró afirma que a transformação está apenas começando.

“Obviamente, não somos um estado independente, por isso estamos limitados por algumas das coisas que gostaríamos de ter, as ferramentas para poder fornecer”, disse ele. “Estamos trabalhando em conjunto com os centros tecnológicos e os universidades que tentam mudar nosso sistema educacional para que, em 10 anos, nossos cidadãos sejam mais competentes em termos de habilidades técnicas. Temos ajuda para atrair, orientar e reter talentos na Catalunha.”

FONTE: CRIPTOFACIL