Google vai usar realidade aumentada no Chrome

A Google revelou nesta quarta-feira (24) seu projeto de realidade aumentada para o Chrome. A iniciativa, ainda em fase de protótipo e testes, permite que objetos tridimensionais sejam incorporados a sites e serviços, podendo ser visualizados por usuários de smartphones e tablets, que poderão colocá-los no mundo real e realizar interações por meio da câmera.

A ideia é permitir que organizações de mídia, designers, projetos educacionais e, basicamente, qualquer interessado na tecnologia possam criar elementos 3D para utilização em aplicações web, sem que seja necessária a instalação de aplicativos ou soluções próprias. Tudo vai funcionar a partir do próprio navegador, inclusive em sua versão desktop, onde os modelos poderão ser visualizados sem, claro, a parte da realidade aumentada, que depende de uma câmera e da movimentação que existem somente no mundo mobile.

Ao anunciar a iniciativa, a Google exibiu o Article, o visualizador de objetos tridimensionais que é o centro da tecnologia. Em um PC, por exemplo, é possível dar zoom, girá-los ou clicar, caso eles possuam elementos interativos. Já no mundo real, por meio de um celular, o artigo em questão “ganha vida”, podendo ser posicionado no mundo e em tamanho real.

No exemplo, a Google utilizou um artigo sobre a viagem do homem à Lua e mostrou como a figura de um astronauta poderia ser colocada em plena sala de aula para que os alunos a observassem. Efeitos de sombra e iluminação, aplicados de forma automática, fazem com que o modelo se torne mais verossímil e, dadas as devidas proporções, garantem que ele pareça pertencer ao local onde está.

Além disso, também faz parte do projeto um sistema capaz de reconhecer superfícies e obstáculos, que também poderão ser usados para mais aplicações de realidade aumentada. O exemplo exibido pela Google não se movimenta, mas isso é plenamente possível, com os objetos, inclusive, sendo capazes de lidar com mesas, paredes e outros artigos que estejam espalhados por uma sala, por exemplo.

Por trás de tudo isso está uma plataforma baseada em WebGL que garante alta eficiência energética e também trabalha para otimizar os modelos, algo essencial, pois estamos falando de aplicações em aparelhos móveis. O sistema é capaz de reduzir a quantidade de polígonos presentes em um objeto tridimensional, controlar a iluminação, usando-a somente da maneira necessária, e reduzir a resolução de sombras e elementos que não estão à vista para diminuir a quantidade de processamento necessário.

De acordo com a gigante, o visualizador Article é apenas a primeira etapa de um projeto bem maior e ambicioso que prevê não apenas a aplicação da realidade aumentada na web, mas também sua popularização. No futuro não muito distante, a Google espera ver aplicações no mercado de varejo, entretenimento e outros setores.

Por enquanto, porém, a plataforma está disponível apenas para desenvolvedores e ainda não pode ser utilizada na prática. A companhia não deu uma data lançamento dos recursos, mas já dá acesso às ferramentas para os interessados em começar a trabalhar com ela.

FONTE: CANAL TECH