Google desiste de projecto para gerar energia com papagaios eólicos

A Alphabet, empresa-mãe da Google, tinha comprado o projecto de papagaios eólicos Makani em 2013.

A empresa mãe da Google, a Alphabet, vai deixar de apoiar a Makani, uma das aquisições de 2013 da gigante tecnológica no sector da energia renovável. Fazia parte das “outras apostas” da empresa. Fundada em 2006, a visão da subsidiária era desenvolver um sistema de turbinas eólicas fixas numa asa metálica que, tal como um papagaio de papel, ficavam ancoradas a uma estação terrestre. No caso da Makani, essa estação era uma bóia em alto mar – isto eliminava a necessidade de construir estruturas permanentes (e mais caras) para ancorar as turbinas.

O projeto fez parte do X, o laboratório de incubação do Google (responsável, por exemplo, por balões de ar quente que levam Internet a zonas remotas), durante seis anos. Em 2019, o foco da Makani passou a ser tornar-se uma empresa economicamente rentável como uma unidade autónoma da Alphabet na secção dedicada a “outras apostas”, que inclui projectos como a empresa de condução autónoma Waymo. Em Agosto, os papagaios realizaram o primeiro voo piloto na costa da Noruega.

“Acho que com as ‘outras apostas’ estamos claramente numa fase em que, embora mantenhamos uma visão a longo prazo, queremos combinar isso com a disciplina de garantir que as apostas estão a correr bem”, disse Pichai numa entrevista à Fortune no final de Janeiro.

É o lucro gerado com as principais fontes de negócio da Alphabet (a plataforma de anúncios do Google, o YouTube, e os servidores em nuvem) que contribui para o investimento do sector de “outras apostas”. Este 2019, a empresa investiu perto de mil milhões de dólares nesses projetos.

“Apesar do progresso técnico forte, o caminho para a comercialização é mais demorado e mais arriscado do que o esperado e, por isso, o tempo da Makani na Alphabet está a chegar ao fim”, justificou o presidente executivo da Makani, Fort Felker, em comunicado. Felker nota que o fim do apoio da Alphabet não dita, para já, o fim da Makani, que nasceu do sonho de um grupo de praticantes de kitesurf de obter mais energia a partir do vento. A empresa espera continuar a receber o apoio da multinacional Shell, um dos atuais parceiros do projeto.

Os “papagaios eólicos” da Makani foram concebidos para voar a cerca de 300 metros da superfície da água, ancorados por boias. O objectivo era criar uma forma de obter energia eólica em zonas onde a profundidade do oceano é elevada, mas o vento é mais forte.

Embora a Alphabet deixe a aposta na Makani, continua o investimento em apostas verdes como os drones autónomos da Wing, uma startup da Alphabet, criada para fazer entregas através de drones e, dessa forma, reduzir a emissões de dióxido de carbono. Em Abril de 2019, os drones da Wing começaram a testar entregas de medicamentos e refeições de restaurantes e supermercados em alguns subúrbios de Camberra, na Austrália.

FONTE: P