Gigantes tecnológicos da China invadem as finanças

As gigantes da tecnologia Alibaba e Tencent estão de olho em novas áreas para ampliar seu poder e seus lucros.

A China se transformou em autoridade nos pagamentos móveis. Onde mais você veria pessoas passando dias sem tirar uma única cédula de suas carteiras? Como resultado, o mercado de pagamentos móveis a terceiros da China é enorme.

No ano passado ele foi avaliado em US$ 8,8 trilhões. Já o tamanho do mercado dos Estados Unidos fica em meros US$ 112 bilhões. 
 
Isso reflete, em parte, a ausência de instrumentos de pagamento como os talões de cheques ou cartões de crédito,  a chegada de uma geração que pensa prioritariamente nos telefones móveis.
 
Duas das maiores e mais poderosas companhias da China que dominam esse mercado, a Alibaba e a Tencent, ambas empresas tecnológicas avaliadas em US$ 400 bilhões, estão lutando por ele.
 
Só que essa batalha caminha para algo além dos meios de pagamentos. Ele vai na direção dos serviços financeiros como empréstimos, classificação de crédito e gestão de recursos. 
 
Na verdade, a Alibaba gerencia o maior fundo mútuo aberto do mundo, o Yue Bao, termo que pode ser traduzido como “Tesouro Ocioso”. A Tencent, que rapidamente diminuiu a distância para a pioneira Alibaba nos pagamentos, está agora se concentrando na gestão de fortunas, oferecendo fundos por meios de uma das maiores gestoras de fundos do país.
 
Em Setembro, ela foi um passo além, adquirindo uma participação de 5% no CICC, o primeiro banco de investimentos de controle privado da China. 
 
Mas as duas gigantes tecnológicas chinesas não estão apenas dominando o espaço das Fintechs e coletando um grande volume de dados valiosos nesse processo, elas estão também provocando uma transformação nesse mercado. Elas estão conquistando empresas menores e consumidores deixando os grandes empreendimentos estatais para os grandes bancos. 
 
Mas como os empreendimentos estatais parecem menos interessantes, os bancos começam e incomodar, com isso as autoridades reguladoras começam a adotar medidas, pequenas por enquanto, para promover igualdade de concorrência. 
 
Fonte: Financial Times