Fujitsu cria IA para ajudar juízes em Mundial de Ginástica Artística

O VAR (Video Assistant Referee) vive uma relação de amor e ódio com os entusiastas do futebol, mas nem por isso a tecnologia será impedida de ser aplicada em outras searas. Exemplo recente é o da Fujitsu, que desenvolveu um sistema de auxílio a juízes, na hora em que estes devem atribuir notas à performance executada por atletas da ginástica olímpica.

 Batizada de Judging Sports System (“Sistema de Julgamento Esportivo”, em uma tradução livre), a tecnologia emprega o uso de inteligência artificial (IA) analítica, que avalia dados coletados por sensores 3D que monitoram os movimentos dos e das ginastas durante a execução de seus movimentos. Com base nessas informações, o sistema oferece um mapeamento em três dimensões do ambiente de performance, com opções de seleção de ângulo e dados numéricos, permitindo aos árbitros tomarem decisões mais fundamentadas.
A novidade já tem programação: ela deve ser utilizada durante o Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em conjunto com o já conhecido IRCOS (sigla em inglês para “Sistema de Controle e Replay Instantâneo”, que é empregado na competição desde 2005. O sistema desenvolvido pela Fujitsu foi testado em duas ocasiões anteriores, em torneios do esporte realizados em Tóquio (Japão) e Gyõr (Hungria).

“As pessoas que sempre temos que manter em mente são os ginastas. Eles dedicam toda a sua juventude a este esporte, o qual lhes dá a oportunidade de sonhar e florescer”, disse Morinari Watanabe, presidente da Federação Internacional de Ginástica Artística (FIG, na sigla em inglês), que vem trabalhando com a Fujitsu no desenvolvimento da tecnologia desde 2017. “Nós não podemos aceitar que todos esses anos de imenso esforço e todos esses sonhos sejam destruídos por um mero erro de julgamento. Controvérsias de pontuação devem se tornar coisa do passado, e a tecnologia que a Fujitsu tem desenvolvido vai reforçar a confiança nesse julgamento”.

Simone Biles, atleta de ginástica artística e uma das principais peças da equipe olímpica dos Estados Unidos para o esporte (Foto: Marie D. De Jesús/Houston Chronicle)

A FIG informa, ainda, que caso o emprego da inteligência artificial seja bem sucedido, há uma boa possibilidade de que ela também seja utilizada nas competições de ginástica artística a nível olímpico, ampliando o aparato tecnológico dos jogos. Ademais, a ferramenta, dizem a FIG e a Fujitsu, pode no futuro ser usada para sessões de coaching, educação desportiva e treino, incluindo a avaliação de movimentos para minimizar riscos de lesões dos atletas.

FONTE: CANAL TECH