FreeHelper WANTS YOU

A startup para dar escala ao voluntariado…

Quer fazer trabalho voluntário mas ainda “não teve oportunidade”?

Suas desculpas acabaram.

A FreeHelper — uma plataforma que conecta ONGs e voluntários — está tentando dar escala ao voluntariado no Brasil, facilitando a conexão entre as duas pontas e revertendo uma estatística vergonhosa: apenas 4% dos brasileiros fazem algum tipo de trabalho social. Nos Estados Unidos, a fatia é de 26%; no Reino Unido, de 32%; e no Canadá, de mais de 43% da população.

Fundada em 2017 por um associate de um fundo de private equity, a FreeHelper é uma ferramenta que ajuda a potencializar o impacto das ONGs brasileiras. Ela não atua em nenhuma atividade fim, mas ajuda nas chamadas atividades meio.

“Para uma ONG que trabalha com a limpeza dos oceanos, por exemplo, a gente não vai encontrar voluntários para ir lá e limpar o mar, mas vamos ajudar no marketing, no financeiro, no jurídico”, Gabriel Pinheiro, o fundador de apenas 23 anos, disse ao Brazil Journal. Na prática, as ONGs se cadastram na plataforma, que define junto com elas os trabalhos especializados de que elas precisam.

Depois, a FreeHelper envia essas vagas para sua base de voluntários, que executa o job gratuitamente. Os trabalhos são de curto prazo — entre um dia e um mês — e sempre em áreas ‘intelectuais’ (as principais são comunicação, finanças e direito, que respondem por 60% dos trabalhos da plataforma). Hoje, a FreeHelper tem uma base de 50 ONGs cadastradas.

São iniciativas como a TETO, de construção de moradias populares, e o Observatório Social, que investiga fraudes em licitações públicas e já devolveu mais de R$ 3 bilhões aos cofres públicos. Na outra ponta há cerca de 3 mil voluntários, dos quais 10% já realizaram algum tipo de trabalho na plataforma.

A FreeHelper ainda é uma sementinha: intermediou apenas 70 ações desde que surgiu, gerando uma economia direta e indireta (quanto custaria o trabalho prestado mais o impacto que ele gerou) de R$ 1 milhão para as ONGs parceiras. Mas o sonho de Pìnheiro é grande: quer chegar a 100 mil voluntários cadastrados e a mais de 500 ações por ano em 2022, “revolucionando completamente o voluntariado no Brasil,” em suas palavras.

“A necessidade de virar um colaborador permanente é um dos principais pontos que afasta os brasileiros do trabalho voluntário,” diz ele. “Com esse nosso modelo de trabalhos curtos conseguimos aumentar drasticamente o número de interessados.” Um estudo recente do Itaú mostra que 69% dos brasileiros acima de 16 anos têm vontade de fazer algum trabalho social, mas não o fazem principalmente por falta de tempo ou informação sobre os projetos. A FreeHelper é financiada com contribuições mensais de empresas, que pagam entre R$ 300 a R$ 4 mil por mês para ter seu nome associado ao projeto.

Hoje, oito companhias contribuem nesse modelo, como o escritório de agentes autônomos da XP Eu Quero Investir e a construtora San Remo. Outras dezenas de companhias contribuem oferecendo seus serviços gratuitamente. No ano passado, a FreeHelper foi o único projeto brasileiro selecionado para o Global Changemakers, a conferência mundial que reúne empreendedores sociais em Zurique. Em 2018, foi selecionada para o programa de aceleração do Instituto Legado, uma das principais aceleradoras de ONGs do País.

FONTE: BRAZIL JOURNAL