Fintech de crédito Rebel lança programa de mentoria financeira

Objetivo é ajudar quem ainda não consegue pegar empréstimos por ter uma nota de crédito baixa

Rebel, fintech de crédito pessoal, acaba de lançar um programa de mentoria financeira para quem chega na sua plataforma atrás de empréstimos. Como nem todo mundo que gostaria de ter cheque consegue, os sócios da startup começaram a desenhar algo para ajuda-los a se organizar financeiramente.

Todos aqueles que procurarem a empresa para realizar seus objetivos — como fazer um curso para progredir na carreira, pagar um procedimento médico ou quitar suas dívidas — se tornam membros de uma comunidade criada pela fintech e começam a receber mentoria.

Assim que entra para a comunidade, os membros recebem uma pontuação que varia de zero a 1.000 pontos, o Rebel Score, uma espécie de nota de crédito, que avalia o comportamento financeiro. Ela será importante porque ajudará a fintech a determinar qual o valor de crédito pessoal que pode ser liberado ao cliente e à qual taxa de juros.

Para chegar nessa nota, é feito um cruzamento de várias informações, como o uso e o limite do cheque especial, uso e o limite do cartão de crédito, se as contas são pagas em dia, se a pessoa tem financiamentos ou outros empréstimos em seu nome.

Quem não tiver uma boa pontuação, recebe acesso ao conteúdo e a um programa de mentoria online voltado para o desenvolvimento financeiro, profissional e pessoal das pessoas. Primeiramente elas terão acesso a conteúdos sobre esses tópicos. Depois, em um segundo momento, haverá um espaço para as pessoas colocarem suas dúvidas, fazerem comentários, e o conteúdo vai ser mais segmentado.

Na fase seguinte, usarão o WhatsApp para enviar informações e passar tarefas. Estão ainda previstos workshops presenciais, em grupo, e também alguns individuais à medida que o membro progride no programa de mentoria.

“Pegamos as pessoas pela mão para ajudá-las a sair do endividamento e usar os recursos de maneira inteligente”, diz Rafael Pereira, presidente da fintech. “Apostamos em uma relação honesta, humana e duradoura, que vai jogar a real e apontar o caminho das pedras para a pessoa sair de vez de onde ela está e alcançar uma vida próspera.”

Mas, para quem tem uma pontuação melhor, a empresa disponibiliza empréstimos a juros menores do que a média do mercado. A linha de crédito comum, chamada na Rebel de “Crédito Diferente”, tem juros que variam de 2% a 8,9% ao mês e o valor máximo que um cliente pode pegar é de R$ 25 mil – não há necessidade de garantia. O juro varia de acordo com a nota de crédito.

Além disso, os membros também tem acesso a um novo produto, o “Tapa Buraco”, uma linha de crédito voltada especialmente para cobrir o rombo do cheque especial. Os juros são de 2% a 4,9% ao mês e o valor máximo também é de R$ 25 mil, mas com o diferencial que, para quem é aprovado para esta linha, é dado um benefício de 30 dias sem juros. Caso não pague o devido neste período, ele migra automaticamente para a linha “Crédito Diferente”. A cobrança, porém, não é retroativa, como ocorre no mercado – ou seja, só começa a correr os juros a partir do 31º dia (a taxa varia dependendo do perfil do cliente).

Há ainda uma lista de espera para um terceiro produto que quita a fatura do cartão de créditoa Rebel paga a fatura da pessoa e lhe dá 30 dias para pagar o valor sem juros, uma forma de evitar que as pessoas entrem no rotativo e se enrosquem em uma bola de neve. A empresa, porém, não diz qual a nota mínima para ter acesso aos financiamentos.

“As instituições alegam que o crédito é caro por conta da inadimplência, que por sua vez é alta devido ao elevado custo do empréstimo. É um ciclo vicioso, difícil de ser rompido. Nós apostamos nas pessoas e, todos os meses, confiamos em quem normalmente estaria acima das nossas faixas de risco. Nossa rebeldia tem causa: propomos o fim dessa dinâmica perversa”, diz Pereira.

Em três anos de atuação no mercado, a Rebel já concedeu cerca de R$ 100 milhões de crédito. Em agosto do ano passado, a fintech de crédito pessoal captou R$ 167 milhões junto a investidores institucionais, entre eles a gestora americana Franklin Templeton e a XP Asset Management, para conceder em empréstimos.

FONTE: VALOR INVESTE