Fabricante de cosméticos Hinode automatiza chão de fábrica e caminha para a indústria 4.0

Grupo investe em tecnologia para atender ao alto consumo de cosméticos e de perfumaria no País

Uma fórmula que começou como alternativa para engordar a renda e, com o passar do tempo, vem se tornando o rendimento principal ou a única fonte de faturamento de um verdadeiro exército de consultores da beleza e bem-estar. O Grupo Hinode, fabricante de produtos de perfumaria e cosméticos, reúne 750 mil consultores e, com o seu modelo de marketing multinível, soma mais de 450 franquias instaladas em todo o País.

Uma empresa de grande porte que em dois anos conquistou proporções capazes de forçar a busca por metodologias e ferramentas de gestão, tecnologia e compliance, que a colocassem no rol das grandes corporações. “Crescemos entre 40% e 50% em 2016, o que nos fez projetar uma nova infraestrutura fabril que atendesse tanto à necessidade presente quanto à demanda futura”, explica Renato César Pinto, diretor de TI do Grupo Hinode.

Inaugurada em março de 2017, a fábrica instalada em Jandira, na Grande São Paulo, incorporou tudo que há de mais moderno em termos de produção e não poupou a demanda por conectividade. “Temos pontos de conexão espalhados ao longo dos 12.000 m2 do galpão da fábrica e uma rede Wi-Fi que conecta os coletores com o sistema ERP e, principalmente, ao módulo de gestão de armazém, para facilitar a localização de insumos e dos produtos”, conta Renato Pinto.

A nova operação, que elevou a capacidade de produção da Hinode em dez vezes, saltou de 200 para 2 mil toneladas/mês, somando uma produção de 9 milhões de itens/mês, com capacidade de dobrar a produção. No final de 2017, transferiu o Centro de Distribuição (CD) de Santana do Parnaíba, também na Grande São Paulo, para Extrema, em Minas Gerais, com uma infraestrutura de TI espelho à que foi montada em Jandira, e planeja instalar um CD em cada estado do País com a mesma configuração.

“A área de TI da fábrica é fundamental para  atendermos nossos consumidores e, principalmente, garantir os negócios de mais de 1,2 milhão de parceiros – consultores individuais ou franqueados”, destaca Claudionizio Benzatti, gerente de TI Grupo.

A automação do chão de fábrica conta com forte influência da TI, uma infraestrutura de rede desenhada principalmente para sanar a precariedade do antigo ambiente, que sofria com improvisos para suportar o rápido crescimento da demanda.

Não só a imagem, mas a consistência do negócio, exigiu a reconstrução da infraestrutura de TI e um novo perfil da unidade fabril, agora equipada com dispositivos de rede cabeada e sem fio – switches, controladoras e access points Cisco – integrados pela 3S Networks, que também ajudou no desenho da solução.

Com a nova rede, a companhia implementou uma gestão automatizada de chão de fábrica e de logística. Coletores de dados, conectados à rede Wi-Fi, localizam insumos e produtos no estoque e geram informações para a gerência, por meio do sistema WMS (warehouse management system). Algo impossível sem a infraestrutura de rede cabeada e sem a rede sem fio (wireless) para conectar os coletores, segundo Benzatti.

“Se o coletor falhar, perdemos a mobilidade, pois teremos que usar o sistema em PC para localizar insumos e produtos. Ou seja, perdemos a coleta de dados em tempo real e, consequentemente, reduzimos a produtividade”, diz Claudionizio Benzatti.

Para ele, o destaque do projeto fica por conta da arquitetura de alta disponibilidade, que garante o funcionamento do ERP e da telefonia IP da Hinode. A cereja do bolo são os switches Power over Ethernet (PoE), que permitem transmissão de energia elétrica juntamente com os dados e diminuem os gastos com energia elétrica por serem alimentados pela própria rede de dados.

O Grupo Hinode tornou-se nacionalmente conhecido nos últimos anos graças ao seu rápido crescimento, apoiado na qualidade de seus produtos de cosméticos e perfumaria e ao marketing multinível. Através da plataforma online, o consultor pode incluir pedidos e acompanhar tanto as suas vendas quanto o desempenho daqueles que estão abaixo do seu nome, administrando a pontuação de cada um (e a própria), podendo inclusive entrar em contato com cada membro da rede.

Uma gestão que remete aos princípios dos sistemas de CRM (customer relationship management), para que a informação e decisão do consultor seja mais assertiva. Assim, a chance de obter mais produtividade nas vendas também aumenta.

Mais tecnologia

Prevendo um salto no faturamento de R$ 1,8 bilhão, em 2016, para R$ 2,6 bilhões, em 2017, a Hinode tem planos de abrir um novo centro de distribuição (CD) em Extrema (MG), para centralizar toda a sua logística. Lá, a empresa vai apostar ainda mais em conectividade e já estuda os projetos junto com a Cisco e a 3S Networks para montar uma rede aos moldes da fábrica de Jandira.

Também há planos para a construção de outros CDs menores em cada Estado do País, para apoiar as cadeias de distribuição locais. A modernização da rede do escritório central da empresa, em Barueri (SP), é outra intenção do Grupo Hinode. “A arquitetura que construímos será usada como referência para os próximos projetos”, afirma Cláudio Benzatti, ao citar as novas operações na Colômbia e no Peru, abertas em 2017, e a meta de ampliação para outros países da América Latina e outros continentes nos próximos cinco anos.

Participação do integrador

A 3S Networks, parceira da Cisco, foi a integradora responsável pelo projeto do Grupo Hinode. A sua participação foi decisiva para definir a melhor configuração e para que os equipamentos fossem entregues em um prazo diferenciado, devido a necessidade de agilidade da Hinode. “Nossa intenção firmada com a Cisco e a 3S é manter o padrão em outros projetos da Hinode”, comenta Renato César Pinto, diretor de TI do Grupo Hinode.

Segundo ele, a configuração proposta pela 3S, com access points distribuídos em toda a fábrica, maximizou a conectividade, mesmo depois de reformas e subidas de paredes, não perdendo a performance do Wi-Fi. “Agora só precisamos de ajustes fino, um novo mapeamento dos dispositivos para melhorar ainda mais a conectividade”, encerra.