Executiva cria edtech que oferece bolsa integral para formação de profissionais de TI

SoulCode fornece bolsas integrais para os alunos, sem que eles precisem restituir o valor após a formação.

Carmela Borst, fundadora e CEO da SoulCode (Foto: Divulgação )

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem quase 10,1 milhões de desempregados. Porém, no setor de tecnologia sobram vagas e faltam profissionais capacitados. De olho em atuar na solução desse problema, Carmela Borst, Fabrício Cardoso, Juana Pinkalsky e Silvio Genesini criaram a SoulCode, uma edtech especializada em educação tecnológica e inclusão digital.

Com uma carreira executiva bem-sucedida, Borst largou 20 anos na Oracle para empreender. “Minha inconformidade era justamente com essa dicotomia brasileira. De um lado você tem 10 milhões de desempregados, do outro quase 800 mil vagas abertas. Isso fez com que, em 2017, eu saísse da Oracle. Fui visitar várias edtechs internacionais, buscando referências”, relembra a executiva.

Durante as viagens, ela constatou que a realidade brasileira era diferente em relação aos outros países, devido a grande urgência por empregabilidade, diversidade e inclusão digital. “A SoulCode nasceu baseada em três focos específicos: qualificação, inclusão e diversidade.  A metodologia é baseada no melhor do que a gente viu no mundo, mas adaptada à nossa realidade”, afirma Borst. Para criar a plataforma, ela montou uma equipe de programadores e colegas de trabalho. No time, Fabricio Cardoso, Juana Pinkalsky e Silvio Genesini, que viraram sócios da edtech.

No modelo de negócio, a edtech fornece bolsas integrais para os alunos, sem que eles precisem restituir o valor após a formação. Para isso, a startup busca firmar parcerias com empresas que estejam passando por um processo de transformação digital e interessadas em investir na qualificação de profissionais.

Nesse formato, Borst conta que uma das primeiras parcerias foi com o Grupo Petrópolis. “O primeiro parceiro que veio foi o Grupo Petrópolis com a marca TNT. Uma marca que tem um fit bastante grande com esse profissional de programação. Então, a empresa entra como parceira de impacto, leva sua marca e apoia no pagamento de bolsas.” Atualmente, a edtech tem 25 empresas que investem nas bolsas.

Para consegui-las, o estudante deve passar por um processo seletivo que envolve prova de lógica, apresentação e dinâmica de grupo. “Quem não passa na prova a gente encaminha para cursos gratuitos para que se prepare novamente. Quem passou a gente faz um grande filtro por diversidade”, conta Borst. Segundo ela, 50% das vagas são preenchidas por mulheres, e cerca de 42% estudantes são pretos e pardos. Buscando ampliar esse público, a edtech fechou parcerias com a Casa do Zezinho, Central Única das Favelas (Cufa) e Gerando Falcões. Desde o início, já foram mais de 1200 alunos impactados.

Os cursos ofertados são engenharia de dados, Java, desenvolvedor Salesforce, desenvolvedor Servicenow e analista de mídia e performance. “Os bootcamps tem duração de três meses, totalizando 800 horas. No final de outubro, está previsto formarmos mais de 800 pessoas, temos cerca de 90% de empregabilidade”, relata Borst. A startup conta com 50 funcionários que auxiliam todo processo.

De acordo com Borst, a expectativa é ter 100 mil alunos até 2026, alcançando 5 mil já no ano que vem. Para esse objetivo, a startup fez uma parceria com a GranCursos, que virou acionista minoritária do negócio. “A Gran está em Brasília, um player enorme com 500 mil alunos ativos, uma base que podemos trabalhar juntos. O nosso universo é muito focado no B2B e eles o B2C, queremos juntar essas duas especialidades.”

FONTE: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2022/10/executiva-cria-edtech-que-oferece-bolsa-integral-para-formacao-de-profissionais-de-ti.html