A evolução do Marketing: o que o futuro nos reserva?

Negocios Disruptivos

Porém, pouco se fala sobre as transformações que o marketing tem sofrido em tempos recentes e como essas tecnologias estão ajudando a dar forma ao que vem por aí

O marketing chegou longe e, em breve, vai chegar ainda mais. Parei para pensar sobre isso há alguns dias e fiquei embasbacado com o que conseguimos alcançar com o marketing atualmente, mas o que deixa ainda mais o queixo caído é o que o futuro pode nos reservar.

Da era onde fazer marketing era apenas ser capaz de diferenciar-se nas prateleiras dos supermercados, até a era do marketing digital e da imensidão de pessoas e dados onde somos capazes de conhecer nosso público nos mínimos detalhes. Talvez poucas áreas do conhecimento humano tenham avançado tanto. A exploração espacial, por exemplo, mesmo com todos os avanços que companhias como a SpaceX têm trazido, ainda não conseguiu colocar o homem em outro satélite natural ou planeta após 48 anos. Já nós, mesmo com bilhões de consumidores no mundo todo, fomos capazes de focar em cada um individualmente, colocando-os no centro desse universo que é o marketing.

A comparação não é descabida e as proporções astronômicas da evolução do marketing só mostram que o futuro será incrível.

Big Data, Inteligência Artificial. Realidade Virtual e… Fake News?
Acho que já passou da hora de virar o disco quando falamos que o Big Data, a Inteligência Artificial e a Realidade Virtual são o futuro do marketing. Essas tecnologias já estão sendo utilizadas em um crescente vertiginoso atualmente e elas representam muito mais do que apenas o futuro do marketing.

Porém, pouco se fala sobre as transformações que o marketing tem sofrido em tempos recentes e como essas tecnologias estão ajudando a dar forma ao que vem por aí. A transformação mais importante, talvez, seja a que está sendo impulsionada pelo boom das Fake News.

Um dos grandes trunfos do marketing digital sobre o tradicional, até então, era justamente a capacidade de não ser interruptivo e invasivo como na televisão, por exemplo, onde o usuário é bombardeado com propagandas em intervalos regulares. Porém, esse comportamento passou a ser exibido também no ambiente digital.

Estudo do ClickZ mostra os principais motivos pelos quais os usuários bloqueiam anúncios

Mais do que receber os famosos spams, as Fake News mudaram a forma como o usuário interage com conteúdos patrocinados em todas as mídias. Afinal, elas passaram a dividir o mesmo espaço ocupado pelos anúncios e, quando o usuário tende a ignorar este espaço justamente por conta delas, a forma como ele entra em contato e interage com os anúncios também muda – e para pior. A preocupação é tanta que mídias como o Facebook se comprometeram a combater arduamente esse tipo de conteúdoem sua plataforma

Então quer dizer que o marketing digital está condenado? Nada disso: o que vem por aí é mais uma transição que, se pensarmos bem, tem acontecido a cada vinte anos mais ou menos. E é aí que o Big Data, a IA e a VR entram na jogada para transformar o futuro.

Promover-se, mas de mansinho
Nesse terreno minado, é preciso cada vez mais fazer “propaganda que não é propaganda” e ocupar espaços que ainda não foram estigmatizados pelos usuários. Para isso, o Big Data e a Inteligência Artificial são ferramentas poderosas: conhecer o usuário profundamente, saber dos seus hábitos (Big Data) e ter o poder de adaptar-se a ele com rapidez e precisão (IA) é o que determinará o sucesso de qualquer empreitada.

Um interessante estudo da Nielsen mostra, através de heatmaps, as áreas mais ignoradas pelos usuários quando estão navegando em mídias digitais. Curiosamente ou não, elas são justamente onde os anúncios costumam estar – também conhecidas como áreas de ruído.

Através de estudos realizados com o trackeamento dos olhos de usuários, foi possível determinar as áreas mais vistas e as mais ignoradas por eles. As áreas vermelhas são as que recebem mais atenção, enquanto as amarelas demonstram um interesse médio e as azuis as que recebem menos atenção. O restante é praticamente ignorado. As caixas verdes demonstram onde os anúncios costumam aparecer.

Por isso, mais do que nunca, é preciso chegar ao público através estratégias que não produzam quase nenhuma fricção, com conteúdos genuínos e de interesse para o usuário. A Realidade Virtual e Aumentada podem auxiliar muito nesse quesito, apresentando conteúdos de marca e até anúncios de maneira fluída. Até mesmo óticas geralmente mais tradicionais como o PR caminha na mesma direção, tentando rever o espaço ocupado pelo marketing nos últimos anos.

A Inteligência Artificial, mais uma vez, também tem um papel essencial aqui: através de tecnologias como o Machine Learning, motores de busca como o Google terão um poder ainda maior para decidir qual é e qual não é um conteúdo relevante para o usuário. Portanto, é bom o seu ser bastante bom.

Neste futuro, até mesmo os esforços em mídias pagas irão mudar de direção. Valerá mais a pena investir para colocar seu conteúdo em posições de destaque para seus clientes potenciais do que distribuir comunicações invasivas para uma imensidão de usuários. E não basta ter os melhores preços, as melhores condições: mais do que nunca, será preciso ser relevante.

O futuro do marketing, na verdade, vai levá-lo a ser cada vez mais natural e fluído para o usuário como nunca antes. Atualmente, apenas 0,5% de toda a informação disponível online foi utilizada. Imagine quando chegarmos aos 100%? O desafio para nós, profissionais do marketing, é justamente fazer apostas certas neste momento de transição. Afinal, no futuro, estará na frente quem estiver melhor preparado para essa nova era.

FONTE: Mundo do Marketing – por André Palis

Nascido em Ituiutaba – MG, é formado em Administração pela UFSC. Trabalhou no Google para os setores B2B, Governo e Imobiliário. Em 2013, fundou a Raccoon Digital Marketing.