Evolução das TIC obriga a reinventar profissão de contabilista

Rudolf Gruner, director-geral do Observador, Alice Santos, directora de RH da Calzedonia e Sara do Ó, CEO do Grupo Your

As empresas podem deixar de precisar no número actual de profissionais daquela área considerou Sara do Ó, CEO do grupo Your.

O efeito conjugado da aceleração da evolução tecnológica e do trabalho da Autoridade Tributária, na função de contabilista certificado, assusta a CEO do Your, Sara do Ó. A líder da empresa que fornece serviços de contabilidade, admitiu a necessidade de se reinventar a profissão, durante um debate do evento Sage Sessions, realizado na semana passada.

Na base da mudança está o potencial de integração correcta e automática de informação contabilística a declarar ao Estado e a manter pelas organizações, explicou. Assim, considera a possibilidade de as empresas precisarem de menos contabilistas.

Durante o mesmo debate e em contraste Alice Santos, directora de recursos humanos da Calzedonia, revela que a transformação digital criou mais postos de trabalho na empresa. Isso aconteceu particularmente no departamento de marketing e comunicação resultado da necessidade de corresponder às expectativas de mais clientes sensíveis a iniciativas baseadas em plataformas digitais.

Mesmo na contratação, a responsável nota diferenças relevantes, com a maioria das pessoas a apresentarem candidaturas em formato digital. Acresce o incremento do recurso a plataformas de digitais como a Skype e WhatsApp para a realização de entrevistas.

Apesar disso, a directora diz que a empresa não prescinde do diálogo presencial no processo de contratar. E nisto, Sara do Ó concorda com Alice Santos, embora admita o uso de videoconferência para evitar deslocações para reuniões.

Faz parte da reinvenção do contabilista manter o foco, sobretudo em inteligência emocional, na relação com o cliente, um dos benefícios da poupança de tempo obtida com os referidos automatismos. O contacto presencial é no seu entender imprescindível, mas importa corresponder às expectativas “digitais” do cliente de outras formas.

No seu entender este quer ter cada vez mais a possibilidade de, por exemplo, aceder a informação de balancete “na palma da mão”, usando uma aplicação móvel. Ou percorrer dados contabilísticos facilmente com poucos cliques, além de poder ter um serviço ou sistema para automatizar a recepção de facturas electrónicas. É uma das áreas em que a responsável nota maior aplicabilidade das TIC.

Enquanto nota que os contabilistas estão “em processo de dominar novas tecnologias”, Alice Santos revela que a cultura de assumir riscos, da Calzedonia, leva a que os seus recursos humanos mais idosos não tenham oferecido resistências ao uso de ferramentas digitais.

Perto de 75% dos seus profissionais têm menos de 30 anos. E a directora sente a necessidade cada vez maior de a empresa corresponder às expectativas dos chamados “millenials”, na contratação e no acesso a ferramentas digitais.

O que tem acontecido, garante. Já Rudolf Gruner, director-geral do Observador, notou resistências iniciais de jornalistas mais idosos na utilização de smartphones para exercício das suas funções.

Mas foram sobretudo relacionadas com a flexibilidade sugerida pela empresa na execução de trabalhos, em que os repórteres eram estimulados a fazer fotografia e vídeo.

FONTE: Computerworld