Em novembro, alunos de engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo participarão da 16ª edição da Fórmula SAE Brasil, uma competição entre universidades do País. A equipe da Poli levará a Piracicaba um veículo com peças feitas em impressora 3D.

A Fórmula SAE foi criada pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade nos Estados Unidos há mais de 40 anos. A primeira edição em solo brasileiro foi realizada em 2004. Para participar da edição deste ano, a Equipe Poli Racing pretende melhorar o seu veículo de 2018.

O uso da tecnologia de impressão 3D já é feito pelos estudantes da escola há alguns anos, entretanto apenas na criação de protótipos de peças para o veículo. Gesso, isopor e resina eram alguns dos produtos necessários para o procedimento, que por conta da laminação demoraria até duas semanas para ser concluído.

Alguns membros da Equipe Poli Racing conheceram a tecnologia que hoje é utilizada em seu projeto em maio deste ano, durante a Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial (Expomafe), realizada na capital paulista. A tecnologia pertence à transnacional Stratasys, considerada uma das maiores empresas no ramo da manufatura aditiva no mundo. “Conversamos a respeito de uma possível parceria, nos apresentaram o projeto, nós avaliamos as peças que deveriam ser impressas e entendemos que seria muito importante ter esse case local”, relembra a gerente de marketing Latam da Stratasys, Erica Massini.

Foram disponibilizados para os estudantes da Poli uma impressora 3D modelo F170, um funcionário da Stratasys e todo o material para o abastecimento da máquina. Em troca, a empresa norte-americana terá acesso aos resultados dos testes realizados.

“A Stratasys investe aproximadamente 10% da sua receita anual em pesquisa e desenvolvimento de novas soluções, como equipamentos e materiais”, conta Erica, acrescentando que a parceria com o estudantes trouxe benefícios para a empresa. “O mais importante é a oportunidade de produzir peças para o veículo de uma equipe relevante da Fórmula SAE Brasil“, completa.

Segundo o diretor de marketing da equipe, Pedro Takeuti Veiga de Castro, o uso da impressora 3D é vantajoso. “Nós podemos fazer geometrias complexas, que se adequem melhor ao nosso projeto, sem falar da economia com os materiais que utilizávamos no passado”, explica.

Fórmula SAEA Fórmula SAE Brasil é uma prova em que alunos de engenharia de todo o País idealizam, projetam, constroem, e pilotam um veículo de competição. Ao todo são colocadas 50 equipes frente a frente para que disputem, durante três dias, as primeiras colocações.

As avaliações vão desde uma análise de custo-benefício e apresentação do projeto, até um teste do desempenho em pista. Os primeiros colocados ganham o direto de representar o Brasil em competições internacionais que são realizadas nos Estados Unidos.

Segundo Castro, somente os dois primeiros colocados recebem como premiação o pagamento da taxa de inscrição para a competição internacional. “Mesmo com o a taxa de inscrição paga, o custo da viagem continua sendo muito alto. São necessários mais de R$ 100 mil para essa excursão. O que corresponde a quase toda a nossa receita anual”, enfatiza.
FONTE:  DCI