Estudantes de Rio Claro criam ossos em impressora 3D para cirurgia ortopédica

Pedido foi feito por médico ortopedista de São Paulo e peças foram usadas em simulação de um procedimento de alto risco.

Alunos do ensino médio de Rio Claro fazem impressão em 3D de ossos para serem usados em simulação de cirurgia — Foto: Reprodução EPTV

Alunos do ensino médio da escola Puríssimo de Rio Claro (SP) desenvolveram ossos em impressora 3D para ajudar um ortopedista de São Paulo a desenvolver o pré-operatório de uma cirurgia de alto risco.

O pedido foi feito pelo médico Paulo Humberto Costa, que pensou em fazer uma simulação de uma cirurgia difícil e demorada em ossos feitos de plástico e, assim, ser mais preciso durante o processo cirúrgico.

“O paciente era um adolescente que teve o escorregamento da cabeça femoral em relação ao colo, na estrutura do fêmur próximo da bacia, esse é um problema que deixa sequelas e esse paciente precisava de uma cirurgia para correção dessa sequela”, explicou o médico.

Os alunos desenvolveram dois fêmures e os ossos da bacia. Os materiais projetados pelos alunos foram utilizados na simulação da cirurgia, ajudando a equipe médica a treinar e se preparar para o procedimento.

“A gente conseguiu menor tempo operatório e resultado final mais apurado e um resultado total muito melhor do que se a gente não tivesse planejado”, afirmou o ortopedista.

Projeto e desenvolvimento

O médico que fez o pedido conheceu o trabalho dos alunos no início deste ano, quando o grupo desenvolveu órteses para o menino Israel Cordeiro, de 2 anos, que nasceu com uma doença rara, a osteosteogenese imperfeita, conhecida como ossos de vidro.

Mais de 20 alunos contribuíram com a confecção dos ossos. Eles tiveram que seguir à risca as medidas dos ossos originais do paciente. Eles modelaram as peças em um programa de computador imprimiram o material e enviaram ao médico ortopedista via Correios após 20 dias de trabalho.

“Com os arquivos digitais que eles receberam da equipe médica, eles conseguiram limpar os ruídos, modelar e fazer o encaixe das peças para produzir isso em uma impressora convencional, porque como as peças são grandes, então eles desenvolveram os encaixes necessários para imprimir as peças por parte”, explicou o professor de Física e responsável pelo projeto Sala Maker.

Para os alunos e professores envolvidos, atender ao pedido do médico foi um desafio e tanto.

“Foi um processo detalhista, difícil, mas que deu certo e no fim valeu a pena”, afirmou a estudante Júlia Reis.

“Fiquei feliz e emocionado porque a gente conseguiu fazer a nossa parte e ajudar o menino que precisava da cirurgia”, completou o estudante Nicolas Kuhth, de 12 anos.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2022/12/15/estudantes-de-rio-claro-criam-ossos-em-impressora-3d-para-cirurgia-ortopedica.ghtml