A estratégia do Governo Federal para modernizar o agronegócio brasileiro

Com iniciativas ligadas à tecnologia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento planeja consolidar polos tecnológicos no Brasil e criar um Fórum de Inovação Agropecuário

O agronegócio está passando por diversas transformações no Brasil. Segundo Luis Cláudio França, diretor de inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o setor, que representa hoje cerca de 25% do PIB do país, é uma das locomotivas do Brasil e já está se reestruturando com novas tecnologias. “Hoje, estamos na agricultura 3.0, que já possui sistemas de precisão. Na 4.0, esperamos fazendas 100% conectadas, com respostas em tempo real”, afirmou o executivo durante a AgroTech Conference, realizada pela StartSe.

 Segundo Luis Cláudio, o papel do Ministério é tornar esse conceito realidade nos próximos anos. Para isso, ele afirma que a conectividade no campo será prioridade. “Estamos realizando um estudo, que será divulgado em breve, sobre os relevos do país para mensurar o tamanho do investimento em torres e as dificuldades de licenciamento”, disse França.

O executivo acredita que daqui para frente a produtividade só será alcançada com inovação. Porém, é preciso superar alguns entraves, como baixa cobertura de redes, escassez de linhas de crédito para investimento, custos elevados de sensores, hardware e softwares e desenvolvimento de mão de obra. “Temos que desenhar novos arranjos financeiros para o Brasil”, afirmou Luis.

Propostas concretas

Segundo ele, a proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para mudar esse cenário é focada em seis pontos: conectividade no campo; novas tecnologias e recursos genéticos; difusão de inovação; polos tecnológicos agropecuários; promoção de novos insumos e Fórum de Inovação Agropecuário. As iniciativas serão colocadas em prática em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com o Ministério da Educação (MEC) e com o Sistema S.

 Com os polos tecnológicos, o governo planeja promover ambientes de inovação, pesquisa e novos negócios em espaços estruturados em universidades e empresas em diversas cidades. “Não serão novas estruturas. Estamos falando de uma ação coordenada do governo em cima de regiões 100% estruturadas, como Piracicaba. A ideia é pegar um ambiente como esse e potencializá-lo”, explicou França. Segundo o diretor,cada polo teria uma empresa como padrinho.

Na educação, o Ministério planeja inserir, em parceria com o MEC, matérias sobre inovação nas universidades. “Precisamos preparar esses alunos. Somado a isso, queremos trabalhar com o Senai e seus laboratórios e o Sebrae como parceiro estratégico para empreendedores”, explicou França.

Por fim, o Fórum de Inovação Agropecuário identificará as demandas de tecnologia em regiões do Brasil para levá-las à eventos e conectá-las ao mercado estrangeiro. “Com essa iniciativa, planejamos fazer com que a China, por exemplo, tenha um “match” com a indústria nacional”, disse Luis.

 FONTE: STARTSE