Esse novo telescópio poderá revolucionar a busca por vida no universo

A fundação PLANETS, composta por professores, astrofísicos e engenheiros de 7 países do mundo, está buscando financiamento para o seu novo telescópio. O ExoLife Finder (ELF) pretende ser o primeiro do mundo capaz de buscar vida nos exoplanetas mais próximos da Terra.

O novo telescópio ExoLife Finder (ELF)

Segundo a fundação, o ELF será capaz de observar exoplanetas (planetas que orbitam uma estrela que não seja o Sol) a 24 anos-luz (120 trilhões de quilômetros) da Terra, detectar as assinaturas de energia de vida ou impressões químicas prováveis ​​da vida na atmosfera e criar mapas da superfície.

Com uma matriz circular composta por 16 espelhos de cinco metros, o telescópio usa uma tecnologia chamada “espelho impresso” (printed-mirror), que permite detectar as assinaturas de energia de vida e imaginar oceanos e continentes.

Uma vez construído, o telescópio irá explorar Proxima b, um exoplaneta que orbita a zona habitável da estrela anã Proxima Centauri (a mais próxima do Sol) e está localizado a 4,2 anos-luz da Terra (40 trilhões de quilômetros). Proxima b foi descoberto pelo European Southern Observatory em 2016.

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Proxima b está localizado a 4,2 anos-luz da Terra (Crédito: ESO/M. Kornmesser)

Se tudo correr bem, ELF será utilizado para investigar se existem exoplanetas com propriedades gerais similares às da Terra em torno da Alpha Centauri A e B e todas as outras estrelas localizadas a algumas dúzias de anos-luz do Sol.

Compreendendo os exoplanetas

O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995. Em seu livro Astrophysics for People in a Hurry (2017), Neil deGrasse Tyson refere que a lista tem aumentado deste então. Hoje, existem mais de 3 mil exoplanetas, sendo a maioria encontrada em um pequeno bolsão da Via Láctea ao redor do sistema solar.

Os elementos químicos ativos comuns no Universo (hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio), que também são os quatro mais comuns na vida da Terra, podem também estar presentes em muitos exoplanetas. Logo, é possível que exista vida ao redor de nosso planeta.

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Segundo o astrofísico Neil deGrasse Tyson, existem mais de 3 mil exoplanetas descobertos (Crédito: Miller Mobley)

Além das perspectivas dos exoplanetas, estimativas recentes sugerem que há em em torno de 40 bilhões de planetas como a Terra apenas na Via Láctea. São planetas que os humanos poderão querer visitar um dia, seja por escolha ou por necessidade.

Se considerarmos ainda que nossa galáxia contém mais de 100 bilhões de estrelas, e o universo abriga cerca de 100 bilhões de galáxias, as possibilidades de encontrar vida crescem cada vez mais. As possibilidades são infinitas, como  bem sintetiza o astrofísico Neil deGrasse Tyson:

Há mais estrelas no universo do que grãos de areia em qualquer praia, mais estrelas que os segundos que se passaram desde que a Terra foi formada, mais estrelas que palavras e sons já emitidos por todos humanos que já viveram. – Neil deGrasse Tyson

Revolucionando a busca por vida no universo

Os membros da fundação PLANETS acreditam que existem questões existenciais que poderemos responder no futuro, sendo a ampliação dos estudos exoplanetários um grande passo para alcançar este objetivo.

O telescópio ELF poderá dar início a uma nova fase na exploração do universo, na qual seremos capazes de imaginar, desenvolver e usar novas tecnologias para encontrar biomarcadores (indicadores do estado fisiológico de organismos) nos exoplanetas mais próximos da Terra.

Embora seja um esforço de vários anos, a fundação PLANETS acredita ser plenamente viável e reuniu uma equipe internacional de professores, astrofísicos, engenheiros, empresários e cientistas e voluntário comprometidos a tornar a visão uma realidade.

O novo telescópio tem ainda 14 dias restantes antes do término de sua campanha de crowdfunding. Se atingir seu objetivo, o aparelho será construído no deserto de Atacama, no Chile.

FONTE: FUTURO EXPONENCIAL