Essas “pranchas-robô” podem entrar em furacões para coletar dados

Pelo segundo ano consecutivo, uma porção de drones marítimos, apelidados de ‘pranchas-robô’, será enviada para furacões no Atlântico com o objetivo de melhorar as previsões de tempestades. Esses dispositivos possuem uma asa especialmente projetada para operar nas condições extremas de vento encontradas em furacões.

“Eles são implantados perto da terra durante junho e julho e depois direcionados para regiões predefinidas por onde os furacões historicamente passam. Os drones então operam e enviam dados durante o pico da temporada de furacões, que ocorre de agosto a outubro”, explicou Greg Foltz, oceanógrafo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) em Miami. “Eles são controlados remotamente e suas rotas são ajustadas com base na existência de ciclones tropicais em desenvolvimento”.

Este ano, três dos drones enviados funcionarão em conjunto com planadores subaquáticos para obter dados do oceano superficial e da interação entre o ar e o mar. Um dos fenômenos estudados será a rápida intensificação dos furacões.

“Tempestades que se intensificam rapidamente podem causar muitos danos e fatalidades”, afirmou John Cortinas, diretor do Laboratório de Oceanografia e Meteorologia Atlântica da NOAA. “Sistemas de observação em tempo real são essenciais para entender os processos atmosféricos e oceânicos que levam à formação e intensificação desses furacões”.

Como funcionam

Os drones marítimos recolhem e transmitem dados como temperatura da água e do ar, umidade relativa, pressão barométrica, velocidade e direção do vento, salinidade da água, assim como a altura e duração de ondas do mar.

Eles possuem painéis solares e usam essa fonte de energia para navegar de maneira autônoma e coletar informações por onde passam. Um dispositivo desses pode circular durante anos sem emitir carbono. Além disso, são uma alternativa prática e segura para as viagens tripuladas de coleta de dados, que costumam ser custosas.

Em 2019, um desses drones completou uma volta à Antártida, rota que durou 196 dias e compreendeu 22.000 km de águas gélidas. O objetivo da missão era compilar informações sobre as emissões de carbono nesta área longínqua.

FONTE: https://olhardigital.com.br/2022/08/12/ciencia-e-espaco/essas-pranchas-robo-podem-entrar-em-furacoes-para-coletar-dados/