Escolas do DF comemoram o Dia Nacional do Livro Infantil

(foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

Hoje, aniversário de Monteiro Lobato, também é o Dia Nacional do Livro Infantil. Escolas do DF têm atividades ao longo de todo o ano que levam aos alunos mais novos o universo da leitura.

Hoje, mais do que em qualquer dia, as escolas vão incentivar as crianças a mergulhar no universo da leitura com atividades especiais. A iniciativa se deve ao Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi escolhida por ser o aniversário de Monteiro Lobato. Autor predileto de muitos leitores iniciantes, ele faz parte da alfabetização e de projetos que visam despertar a paixão pelos livros, como tantos criados por instituições de ensino de Brasília.

A Escola Parque da 308 Sul desenvolveu o Projeto Corujinha, inspirado no animal símbolo da sabedoria. Ele entrega livros semanalmente a crianças entre 4 e 5 anos. Os alunos são orientados sobre a conservação dos livros e, após a leitura, fazem um desenho que ilustre algum trecho da obra. Além disso, a escola conta com uma estante em cada sala de aula. “Além da leitura, as atividades proporcionam interação entre os estudantes, desenvolvendo o aspecto oral e emocional das crianças”, observa Maria Valderez, diretora do Jardim de Infância da unidade.

Já na Escola Classe 31 de Ceilândia, ao longo do ano, todos os estudantes têm que ir à biblioteca ao menos uma vez a cada duas semanas. “Além da biblioteca, as crianças têm acesso à geladeira de leitura no recreio. Os livros podem ser levados para casa, mas orientamos a devolução para que outras leiam. Alguns pais trazem materiais para renovar o estoque”, ressalta a vice-diretora, Joelma Gomes.

Há ainda o Chá com Letras, projeto em que os pais participam e alguns autores de obras infantis apresentam as suas histórias. “Os escritores, vindo até a escola, mostram que, por trás dos livros, tem seres humanos. Todos podem ser contadores de histórias”, comenta o diretor da Escola Classe 31, Francisco de Assis.

Aluna da instituição, Leticia Martins Uchoa, 10 anos, gosta de ler sobre todo tipo de assunto. “Meu pai e eu lemos juntos. O primeiro livro que li sozinha foi A bailarina, quando tinha 7 anos. Gosto de descobrir palavras novas, faz a gente fluir bem melhor no aprendizado”, observa a menina. Já Pedro Henrique Oliveira Silva, 10, prefere ler pela internet. “Aprendi a ler aos 5 anos. Os meus livros preferidos são sobre a vida animal. A leitura ajuda a desenvolver habilidades como falar em público e a imaginação”, opina.

Conhecimento

Professora de literatura brasileira e teoria literária, Adelaide de Paula Santos diz que o Dia Nacional do Livro Infantil deve ser visto como uma celebração ao acesso irrestrito das crianças ao conhecimento produzido e acumulado pela humanidade. “Até o século XIII, a ideia de infância sequer existia, devido aos elevadíssimos índices de mortalidade infantil. Comemorar a produção literária feita exclusivamente para os pequenos é reafirmar a evolução da nossa humanidade”, afirma.

Adelaide de Paula pondera que, apesar das as polêmicas que envolvem a personalidade de Monteiro Lobato, é inegável a importância dele para a literatura infantojuvenil brasileira. “A qualidade do texto de Monteiro Lobato se impõe ainda hoje. E sua fórmula autêntica com pitadas de brasilidade imprime verdade à sua produção literária. O ‘era uma vez’ é substituído por ‘As férias no Sítio da vovó’, uma aventura real e acessível a nossas crianças.”

Aos 60 anos, Mariana Lima é professora da Escola Classe 10 de Ceilândia e autora de três livros infantis. Ela conta que a maior dificuldade é encontrar editoras que aceitem publicar sem que o escritor tenha que arcar com os custos. “Ainda assim, tenho o privilégio de publicar dois livros fazendo contrato com as editoras. Desde criança, sou apaixonada pelas letras e publicar livros é a realização do meu sonho”, destaca.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE