Entenda o que é mercado disruptivo e compartilhado

Essas duas palavras, disruptivo e compartilhado, estão impulsionando os novos conceitos do varejo mundial e as novas relações de consumo entre os consumidores e as empresas

Apesar de serem duas características distintas, acredito que assim como o próprio mercado já tem demostrado o ideal é que elas caminhem juntas. Essas duas palavras, disruptivo e compartilhado, estão impulsionando os novos conceitos do varejo mundial e as novas relações de consumo entre os consumidores e as empresas.

Não podemos esquecer que ritmo frenético das inovações tecnológicas tem levado (e com razão) os empresários do mundo todo a temer que seus negócios venham a sofrer grandes mudanças nos próximos anos. Muitas corporações podem até desaparecer em consequência do fenômeno da “disrupção”, uma palavra que não existe nos dicionários em português e tem origem na expressão inglesa mudança radical, em tradução livre).

Em um mundo onde os negócios digitais disruptivos surgem da noite para o dia e transformam os hábitos do consumidor de tal forma que um setor inteiro fica ameaçado de desaparecer, não é de fato possível para os executivos relaxar, mas eles precisaram estar atentos e dispostos a se reinventar o tempo todo para acompanhar as mudanças se quiserem permanecer no mercado.

O site Airbnb, por exemplo, que permite aos donos alugar o todo ou parte de sua própria casa e que já citamos nesta revista, está incomodando a indústria hoteleira em várias partes do mundo. Em razão da proliferação desses novos modelos de negócios, a indústria é forçada a reagir e a procurar uma forma de se proteger, mesmo sem ter ideia de onde o ataque pode surgir.

O mercado disruptivo nada mais é do que a criação e implantação de novas tecnologias e maneiras capazes de mudar a forma de consumir através da quebra de paradigmas, é a capacidade de alterar a forma com que as pessoas pensam em consumir. O maior exemplo desse fenômeno é o Uber que veio e alterou toda uma maneira de pensar de um segmento muito tradicional. No final de 2015 em São Francisco eu tive uma ótima experiência com o Uber, lá tem umas sete versões e que te dá várias opções para você escolher desde o tamanho do carro que deseja, o modelo que pode ser de alto luxo, até se é necessário um carro adaptado para transportar pessoas com alguma necessidade especial. O Uber é um bom exemplo do casamento perfeito entre o varejo disruptivo e a economia compartilhada, afinal, as pessoas estão ali e compartilham um mesmo carro porque estão indo para o mesmo lugar. E lá os próprios taxistas já estão atendendo dentro da plataforma do Uber.

A economia disruptiva abrange desde o modelo de negócio de como vender, de como comercializar o produto até a maneira de se aplicar. O Uber atualmente já vale mais de 50 bilhões de dólares, mais do que muitas siderúrgicas e grandes empresas no Brasil e no mundo. E note que a maior empresa transporte do mundo não possui nenhum carro, eles utilizam o carro das pessoas, ou seja, é quando a economia disruptiva se une a economia compartilhada.

Outro exemplo nesta mesma linha é o Car2Go que chegou para competir com o ZipCar que já está bem estabelecido, mas tem alguns diferenciais, principalmente o fato da frota inteira de Car2Go ser de carros Smart. Em Washington eu usei os carrinhos que são alugados por minuto, por hora ou por dia e com ele você não precisa se preocupar em pagar estacionamento ou mesmo reabastecer. Apesar de não ser um conceito novo, ele já está presente em outras cidades dos Estados Unidos como Austin, Portland, San Diego e Vancouver. E em várias cidades do mundo: Amsterdam, Lyon, Dusseldorf, Berlin, Hamburg. O que me chamou atenção é que é muito fácil de usar (e os consumidores estão cada vez mais conscientes disso e dispostos a utilizar esses meios de compartilhamento), você só precisa se tornar membro, se registrando online. O processo é bem simples e para quem não tem carteira americana, é só colocar os dados da carteira internacional. Depois de registrado, você pode reservar um carro online ou simplesmente “achar” um carro na rua, usar seu cartão e sair dirigindo. Há também uma app para Smartphones, onde você consegue localizar os carros disponíveis.

Aqui no Brasil, assim como no mundo, a economia compartilhada não para de desenvolver e de ganhar força no mercado. Além dos exemplos que já citei que também se aplicam no país porque os brasileiros estão aderindo cada vez mais à ideia de compartilhar para melhorar, já é muito comum usar bicicletas compartilhadas nos grandes centros, por exemplo.

FONTE: Portal do Administrador