Empresa lança o criptochocolate, para ajudar fazendeiros de cacau

Com sistema de QR codes e blockchain, usuário pode repassar dinheiro para produtores equatorianos

A THE OTHER BAR VEM COM O SLOGAN “IGUALDADE RADICAL.” QUATRO BARRAS VENDIDAS PLANTAM UMA NOVA ÁRVORE DE CACAU. (FOTO: DIVULGAÇÃO: FAIRCHAIN FOUNDATION)

O que você faz com a embalagem da barra de chocolate? Com a The Other Bar, você pode usá-la para dar dinheiro para quem plantou o cacau usado na fabricação do chocolate, ou até mesmo ganhar um desconto na sua próxima compra do doce. Basta escanear o QR code na embalagem e um token de blockchain será doado.

“Esse é um experimento no qual podemos alavancar consumo consciente através de metas de impacto,” disse Guido van Staveren em entrevista à Fast Company, Ele é fundador da FairChain Foundation, organização holandesa que fabricou a The Other Bar em parceira com o programa de desenvolvimento das Nações Unidas. “A ideia é usar tecnologia para influenciar o comportamento do consumidor e transformar todo produto em um motor capitalista de impacto.”

A primeira remessa terá 20 mil barras de chocolate meio amargo e ao leite, feitas com cacau equatoriano. As vendas começam 14 de outubro.

Segundo a FairChain, apenas 3% do dinheiro das vendas de chocolate no mundo retorna para os produtores de cacau. A fundação já compra o fruto acima do preço de mercado para ajudar os fazendeiros (US$ 2.400 por tonelada, em vez de US$ 1.900), mas planeja ir além no novo projeto. O cacau será comprado por US$ 3.400 a tonelada.

Em post no Facebook, organização afirma que 50% do dinheiro da venda ficará no Equador. Os tokens serão doados para a associação local de fazendeiros de cacau, que usará o dinheiro para plantar mais árvores. Cada 4 tokens cobrem o custo de uma árvore nova.

O dinheiro extra será retirado do que seria o orçamento de marketing da Other Bar. Segundo Staveren, empresas deveriam investir nos próprios consumidores o dinheiro que iria para marketing, e deixar que eles decidam a quem repassar. Ele afirma que US$ 800 bilhões são investidos anualmente em marketing, mas que só US$ 170 bilhões seriam necessários para exterminar a pobreza no mundo.

“Se mostrarmos que esse tipo de ação resulta em lealdade do consumidor, e que dinheiro de marketing repassado aos consumidores leva a impacto (social), poderemos mostrar para essas grandes empresas que gastam milhões na Kim Kardashian e dizer ‘não desperdice seu marketing nesses rostos famosos, invista seus dólares em seu público.”

FONTE: ÉPOCA