Após quase dois anos em incubação no Jaraguatec, a única empresa de robótica industrial no país com tecnologia 100% nacional, Roboten – antes RBR Robotics -, está pronta para encarar o mercado.
Agora sediada na Barra do Rio Cerro, a desenvolvedora de robôs para uso industrial “saiu do ninho” e passou a contar com espaços que não tinha na incubadora – como área própria para testes e desenvolvimento.
A empresa é a única no país a trabalhar com o desenvolvimento de robôs industriais – há outras empresas de robótica no país, mas estas trabalham apenas com a manufatura dos equipamentos. O setor é considerado estratégico e pouco desenvolvido no Brasil.
“Esse trabalho que fazemos ajuda a dar flexibilidade e produtividade para a indústria nacional, sendo que trabalhamos com peças sob medida para as demandas do cliente”, explica o sócio fundador da empresa, Jean Karsten, adicionando que o país tem um imenso potencial inexplorado no setor.
Apesar do cenário pouco favorável à indústria que tem se desenvolvido ao longo do ano, Karsten ressalta que a empresa conseguiu avançar bastante desde sua saída da incubadora.
“O que temos é uma previsão de atraso em nossa projeção de faturamento para o ano, pois ficou mais difícil para algumas empresas obterem os recursos”, conta.
Esse ano, a empresa pretende ganhar R$ 5 milhões. A maior parte destas dificuldades por parte dos clientes, segundo Karsten, seriam ligadas ao acesso a crédito e a burocracia. “O cenário da economia também fez com que muita gente botasse o pé no freio”, adiciona.
A empresa já tem firmado contratos para produzir unidades para empresas no exterior – o que agrega credibilidade perante o empresariado nacional. Além de procurar negócios no exterior, a empresa tem se diversificado em termos de produtos.
“O que trabalhamos é com soluções em robótica, com produtos pensados para atender as necessidades específicas do parque fabril do cliente, e para isso temos investido em desenvolvimento de produtos”, comenta.
Espaço para novos projetos
Com o espaço próprio, a empresa passa a poder testar diretamente o equipamento, como um braço robótico para cargas de até 150 quilos, a ser entregue para uma empresa de Jundiaí daqui a duas semanas.
“Este é o menor modelo que temos. A ‘garra’ é modular e feita para atender as necessidades do projeto, no caso para a paletização de blocos de concreto”, explica.
De acordo com ele, a automação na construção civil ainda anda a passos lentos e unidades como essa podem ajudar no processo logístico.
O espaço ainda não é perfeito – o galpão, pertencente a família, passa por reformas para a inclusão de uma sala de reuniões e ainda há dependência de empilhadeiras para o transporte de cargas.
“Ainda planejamos futuramente ir para um espaço maior, onde possamos ter uma organização melhor, mais espaço para testes, uma esteira de carga, ir montando corpo”, explica, ressaltando que a empresa está em constante desenvolvimento.
Este primeiro passo para além da incubadora – passo necessário até para a imagem da empresa, pois “não transmite muita confiança tratar de projetos de robótica industrial em um escritório sem fábrica própria” – é fruto de muito planejamento a médio prazo, e a meta para o próximo passo é, quando possível, expandir para uma unidade maior.
“Mas vamos indo um passo de cada vez, tendo um crescimento saudável, sem ir com pressa”, adiciona.
Segundo Kartens, a incubadora tecnológica foi uma parte essencial do sucesso da empresa. “Eu diria que entre o pessoal que nos apoiou, ele está em primeiro lugar, e a incubação é uma ajuda imensa para quem quer começar a empreender”, diz, elogiando o diretor da incubadora, Victor Danich.
FONTE: OCP NEWS