EMPRESA JAPONESA LANÇA “ROBÔ MORDOMO” CONTROLADO REMOTAMENTE POR OUTRA PESSOA

A Mira Robotics é a criadora do Ugo. Máquina permitiria que pessoas de países ricos contratessem trabalhadores de regiões mais pobres – e gastassem menos do que se tivessem um empregado doméstico

O Ugo é uma criação da startup japonesa Mira Robotics. (Foto: Divulgação)

A startup japonesa Mira Robotics anunciou este mês a criação de um robô feito para trabalhos domésticos. “Ugo”, como ficou conhecida a criação, será controlado de longe por outro ser humano para recolher, colocar para lavar, secar e dobrar roupas.

Segundo a empresa, a necessidade de controle humano sobre o robô se deve à dificuldade de reproduzir em um sistema computacional a sensibilidade e destreza necessárias para identificar e manusear peças de roupa.

Caso alguém esteja controlando a máquina, fica a cargo da pessoa ver onde estão as roupas e realizar os controles certos para que ela seja bem lavada e dobrada.

Além disso, a operação remota do robô permitiria que ele servisse a uma variedade de outros serviços, como cuidado de animais de estimação, limpeza de quartos, acompanhamento de idosos e preparação de alimentos.

robô (Foto: Divulgação)

Apesar das potencialidades, Ugo ainda está em sua fase de testes. A máquina é basicamente composta de uma plataforma cílindrica, que carrega um par de pinças capaz de subir ou descer de acordo com a necessidade. A ideia é que ele comece a ser testado em casas neste ano e esteja disponível no mercado em 2020. O aluguel de Ugo custará em torno de US$ 225 (R$ 922) por mês, segundo informa o site “The Verge“.

Para os operadores do robô, será disponibilizada uma ferramenta de realidade aumentada. As pessoas por trás de Ugo poderão ver por meio de seus olhos, mas a ideia é que a inteligência artificial borre os rostos e documentos presentes na casa.

Já existem robôs sendo controlados de longe por seres humanos. A maioria deles, porém, é usada exclusivamente em situações de risco à vida, como, por exemplo incêndios ou desastres naturais.

No caso de Ugo, questões econômicas e sociais envolvendo a operação remota do robô vêm à tona. Como o manuseio da máquina pode ser feito de muito longe, existem preocupações entre alguns especialistas de que trabalhadores de países mais pobres acabem sendo contratados e, consequentemente, mal pagos.

Além disso, essa possibilidade significaria que pessoas que poderiam trabalhar nas casas dos usuários de Ugo ficariam sem seus empregos.

Por outro lado, em países onde a população envelhece rapidamente e fica sem mão de obra nova o suficiente para cuidar dos idosos, o Ugo pode ser útil – como o próprio Japão, inclusive. O robô pode cuidar e auxiliar pessoas que estejam sem condições de viver sozinhas enquanto é controlado por operadores jovens de outros países.

FONTE: PEGN