Empresa holandesa oferece impressão 3D para reconstrução da Notre-Dame

Processo, já realizado com uma estátua icônica do telhado da catedral, utiliza materiais encontrados após o incêndio

UMA MISTURA DE CALCÁRIO E CINZA, SEMELHANTE AOS MATERIAIS ENCONTRADOS APÓS O INCÊNDIO, JÁ FOI USADA PARA IMPRIMIR UMA ESTÁTUA DA CATEDRAL (FOTO: CHESNOT/GETTY IMAGES)

Atingida por um incêndio que consumiu parte de sua estrutura no último dia 13, a Catedral de Notre-Dame, em Paris, já recebeu doações milionárias para viabilizar sua reconstrução. Uma empresa holandesa, no entanto, está oferecendo outro tipo de ajuda para reerguer o patrimônio histórico: sua expertise em impressão 3D.

A Concr3de ​​se propôs a reconstruir partes da catedral utilizando uma mistura de calcário e cinza semelhante aos materiais encontrados após o incêndio, segundo o site da revista de arquitetura Dezeen. A empresa já recriou a icônica estátua Le Stryge, que foi adicionada ao telhado da catedral durante a restauração feita no século 19.

Um dos arquitetos da companhia, Eric Geboers, defende que o uso de materiais que restaram do incêndio, além de possibilitar a impressão 3D, também ajuda a resolver algumas “questões filosóficas” que envolvem a reconstrução de Notre-Dame. Isso porque, com novos materiais, a catedral poderia se tornar uma “cópia” ou uma “farsa” – e “simplesmente copiar e fingir que nunca houve um incêndio seria uma falsificação histórica”.

O calcário utilizado originalmente para construir Notre-Dame, e também grande parte da cidade de Paris, foi retirado de minas que agora se encontram enterradas, o que não permite a utilização do mesmo material para a reconstrução. Além disso, as grandes vigas de carvalho que faziam parte da estrutura do telhado, agora destruído, eram feitas de árvores derrubadas no século 13.

Para fazer a impressão da estátua, a Concr3de ​​utilizou imagens disponíveis na internet e uma pequena impressora chamada Armadillo White, de dimensões de 30 x 30 x 30 centímetros.

A tecnologia de impressão 3D, para a Concr3de, pode ajudar a cumprir o prazo apertado de reconstrução estipulado pelo presidente francês Emmanuel Macron, que prometeu entregar a catedral reconstruída em cinco anos.

FONTE: ÉPOCA