Empresa de gestão de condomínio cria startup que transforma síndico em administradora

Plataforma que digitaliza tarefas do dia a dia foi criada por empresa quase centenária. Doitt alcançou 3 mil clientes em um ano de operação.

Fernando Schneider, diretor superintendente da APSA, empresa que criou a Doitt Divulgação

Doitt foi fundada para transformar síndicos profissionais e pequenas imobiliárias em administradoras, digitalizando as etapas do dia a dia da gestão condominial, da emissão de boletos ao controle da folha de pagamentos dos funcionários. Operando no modelo SaaS, a startup estimava encerrar o primeiro ano de atuação com 600 unidades cadastradas, mas o número superou as expectativas, ultrapassando a marca de 3 mil condomínios.

A startup nasceu a partir da APSA, administradora de imóveis com 92 anos de história, com atuação na gestão de condomínios, venda e locação de imóveis. De olho no crescimento do mercado de síndicos profissionais – dados do site SíndicoNet apontam que, entre 2013 e 2021, a atividade registrou crescimento de 300% no Brasil –, os executivos decidiram criar uma plataforma para transformar essas pessoas em administradoras.

“Transformamos todos em concorrentes, por isso tivemos que dividir, criar uma outra marca. Para que decolasse, era necessário ter cabeça própria”, aponta Fernando Schneider, diretor superintendente da APSA, integrante da terceira geração à frente da empresa, fundada pelo avô Carlos Henrique Schneider.

O grupo investidor Neider, criado pela família para aportar em negócios do segmento imobiliário, injetou R$ 5 milhões para criar o ecossistema da Doitt. “Estamos democratizando a criação de administradoras com tecnologia, flexibilidade, parcerias com fintechs, empresas de energia e prestadores de serviços periódicos”, afirma o executivo.

O cliente tem custo zero para conhecer a plataforma, que pode ser personalizada. O pagamento só começa na inclusão do primeiro condomínio no portfólio. O profissional pode desempenhar funções tradicionais de administradoras, como emitir boletos de cobrança e organizar a folha de pagamento dos funcionários. Também tem acesso a uma lista de fornecedores parceiros, como empresas de dedetização e limpeza. “É uma administradora totalmente tecnológica, com um ecossistema poderoso que esse síndico profissional ou pequena imobiliária não teria acesso”, diz.

A cada serviço utilizado, a administradora cadastrada na Doitt recebe cashback. A ideia, com isso, é aumentar as receitas. Segundo estudos da startup, esse modelo de negócios expandiria em pelo menos 250% o faturamento de uma administradora com 20 condomínios como clientes.

Em um ano de funcionamento, 3,2 mil condomínios se cadastraram na plataforma, com predomínio no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. A Doitt cobra um percentual da taxa de administração recebida pelos profissionais, de acordo com o tamanho do complexo.Dashboard da plataforma da Doitt — Foto: Reprodução

Dashboard da plataforma da Doitt — Foto: Reprodução

Em 2023, a startup quer incluir mais 600 condomínios no ecossistema e aumentar o faturamento em 20%. No futuro, pretendem abrir uma rodada de captação para receber um aporte de investidores externos. “Por enquanto, queremos aumentar o valuation. Estamos abertos a investidores que vão agregar, que entendam mais de operação ou que estejam no setor e possam potencializar o crescimento da iniciativa”, conclui.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/03/empresa-de-gestao-de-condominio-cria-startup-que-transforma-sindico-em-administradora.ghtml