Empreendedora usa nanotecnologia para criar cartela de remédio reciclável

PRODUTO CRIADO POR IZABEL FITTIPALDI SUBSTITUI CARTELA DE ALUMÍNIO DE REMÉDIO – E PRODUÇÃO SAI 47% MAIS BARATA (FOTO: JEFFERSON DIAS)

Quando trabalhava para uma fabricante multinacional de embalagens para remédios, a farmacêutica Izabel Fittipaldi vivia chateada. A indústria toda usava – e ainda usa – cartelas de medicamentos caras e não recicláveis. “Por que isso?”, perguntava Izabel aos colegas do setor. “Porque não há alternativa”, diziam eles.

A fim de solucionar o dilema, Izabel criou, primeiro, um substituto para a folha de alumínio que cobre o fundo da embalagem. Com a ajuda da nanotecnologia e de seu irmão Hamílton Viana, um químico pós-doutor em engenharia de materiais, desenvolveu uma espécie de tinta que, quando aplicada a uma folha de papel, assume a função de impermeabilizante.

A solução, chamada de papel blíster, bate o alumínio em quase tudo: é 57% mais barata, 30% mais leve e tem um índice de proteção contra a umidade próximo ao do metal. Depois de resolvida a parte de baixo da embalagem, a farmacêutica descobriu que a mesma tecnologia poderia ser adicionada no plástico que protege a parte superior do comprimido.

O resultado foi um produto 45% mais barato e com maior barreira de proteção. Tanta inovação despertou a atenção de grandes empresas. A Nanomix, como foi batizada a startup de Izabel, participou dos programas de aceleração da Braskem, da Jasmine e da Fibria. Uma indústria farmacêutica testa o produto. O interesse vai além da redução de custos. “Nossa solução é 100% reciclável”, diz a empreendedora, hoje feliz da vida.

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